Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2016 |
Autor(a) principal: |
Silva, Thiago Junqueira Avelino da |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5169/tde-20042016-143404/
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Resumo: |
INTRODUÇÃO: Delirium é um problema médico frequente em idosos e está potencialmente associado a desfechos desfavoráveis, como prolongamento da hospitalização, declínio funcional e cognitivo, e maior mortalidade. Contudo, considerando que, geralmente, ocorre em situações de grande complexidade clínica, o efeito ajustado de delirium e seus subtipos motores sobre o prognóstico de pacientes acometidos ainda não foi suficientemente explorado. OBJETIVOS: Investigar em idosos agudamente enfermos hospitalizados: (1) a associação independente entre ocorrência de delirium e tempo para óbito intra-hospitalar, e em 12 meses de seguimento; (2) a associação independente entre subtipos motores de delirium e tempo para óbito intra-hospitalar, e em 12 meses de seguimento. MÉTODOS: Estudo de coorte prospectivo realizado em uma enfermaria de geriatria de um hospital universitário terciário, em São Paulo, Brasil. Foram incluídas internações de pacientes agudamente enfermos, com idade igual ou superior a 60 anos, hospitalizados entre junho de 2009 e maio de 2014. Delirium foi detectado pelo Confusion Assessment Method e classificado de acordo com o subtipo motor em hipoativo, hiperativo, ou misto. Os desfechos primários foram tempo para óbito intra-hospitalar, e tempo para óbito em 12 meses (para a amostra que recebeu alta). Os pacientes foram avaliados na admissão seguindo modelo de avaliação geriátrica ampla que incluiu variáveis sociodemográficas, clínicas, funcionais, cognitivas, e laboratoriais. Informações adicionais sobre a hospitalização foram registradas na alta ou no óbito. As análises multivariadas foram realizadas por meio de modelos de riscos proporcionais de Cox. Foi examinada a presença de modificação do efeito de delirium sobre os desfechos por análises de interação com outros fatores clínicos. RESULTADOS: Incluímos 1.034 hospitalizações, com uma média de idade de 80 anos. Na amostra geral, 61% eram mulheres, e 35% tinham demência. A mortalidade intra-hospitalar foi de 22%, com uma mortalidade cumulativa de 44% em 12 meses. Delirium ocorreu em 52% das internações, e o subtipo motor predominante foi o hipoativo (53%). Nas hospitalizações com delirium, 32% dos idosos faleceram no hospital, com uma taxa de óbitos cumulativa de 59% em 12 meses. Verificamos que delirium teve associação independente com tempo até óbito intra-hospitalar (HR=1,63 IC95%=1,11-2,40), porém não encontramos associação estatisticamente significante com sobrevida em 12 meses após ajuste para as covariáveis selecionadas. Constatamos, ainda, que os subtipos hipoativo e misto se associaram independentemente com o desfecho intra-hospitalar (HR=1,87 IC95%=1,24-2,83; HR=1,65 IC95%=1,022,67), mas não houve associação estatisticamente significante com o desfecho em 12 meses. O efeito de delirium sobre o tempo até óbito intrahospitalar não foi modificado de modo significativo por sua interação com idade, câncer, desnutrição, ou valores de albumina sérica. CONCLUSÕES: Um terço dos idosos agudamente enfermos internados que tiveram delirium faleceu ainda no hospital. Delirium se associou a menor tempo de sobrevida intra-hospitalar, mesmo após ajuste para características clínicas coexistentes. Além disso, profissionais da saúde devem ter especial atenção com os subtipos hipoativo e misto de delirium, que também se associaram independentemente com maior mortalidade intra-hospitalar em idosos |