Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2018 |
Autor(a) principal: |
Falcão, Daiane Acosta |
Orientador(a): |
Frazzon, Ana Paula Guedes |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Palavras-chave em Inglês: |
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Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/10183/210796
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Resumo: |
Bactérias do gênero Enterococcus sp. são Gram positivas com morfologia celular em formato de cocos, em pares ou em cadeias curtas. Estas bactérias estão presentes na microbiota de mamíferos, como a do ser humano, e na microbiota de aves. São também isolados de várias fontes, como alimentos, solo e água. Uma das características deste gênero é a capacidade de adquirir diferentes determinantes genéticos que conferem resistência a antimicrobianos distintos. O presente estudo teve como objetivo determinar e caracterizar o perfil de resistência a antimicrobianos de Enterococcus sp. de alimentos de três diferentes mercados de Porto Alegre-RS; e avaliar a evolução da resistência antimicrobiana comparados com dados de 2006. Os alimentos aipim, batata-doce, batata inglesa, beterraba, carne de frango crua, cenoura, couve, salsa, queijo colonial e ricota foram processados e colonias com morfologia típica de Enterococcus isoladas dos alimentos foram selecionadas e submetidas à identificação em nível de gênero por testes fenotípicos. Aqueles identificados como Enterococcus foram submetidos a técnicas moleculares, através de PCR gênero-específica para a presença do gene tuf, perfil de susceptibilidade e presença de genes de resistência. Foram testados os seguintes antibióticos: Ampicilina (AMP), Ciprofloxacina (CIP), Cloranfenicol (CLO), Eritromicina (ERI), Estreptomicina (EST), Gentamicina (GEN), Linezolida (LNZ), Nitrofurantoína (NIT), Norfloxacina (NOR), Tetraciclina (TET), Rifampicina (RIF) e Vancomicina (VAN). Trezentos e dez cepas de Enterococcus foram isoladas dos alimentos e identificados como Enterococcus faecalis (177), Enterococcus casseliflavus (103), Enterococcus hirae (17), Enterococcus faecium (6), Enterococcus durans (3) e Enterococcus spp. (4). Em relação à distribuição das espécies nos alimentos, E. faecalis foi a espécie mais prevalente nas amostras de carne e queijo no presente estudo, assim como em 2006. No entanto, nas amostras de vegetais as espécies mais predominantes foram E. faecium em 2006 e E.casseliflavus em 2016. Entre os isolados, 33 (10,64%) foram susceptíveis a todos os antimicrobianos testados, enquanto 277 (89,35%) apresentaram resistência a pelo menos um. dos fármacos estudados. Os maiores números de resistência foram observados para os antibióticos: RIF (54,8%, n=170), ERI (47,74%, n=148), TET (31,29%, n=97) e CIP (20%, n=62). Em 2006, 34% das cepas eram resistentes à CIP (n= 19), 25% à CLO (n=14), 16% à GEN (n=9), 5,35% à AMP (n=3) e 1,78% à VAN (n=3), assim, em comparação ao presente estudo houve diminuição na porcentagem de cepas resistentes à AMP, CIP, CLO, GEN e VAN, presente nas amostras de alimentos. Os isolados de E. faecalis apresentam todos os genes de resistência testados e o gene que apresentou a maior prevalência entre as amostras foi tetM (24,51%), seguido de ermB (20,32%), tetL (2,42%), aac (6')/aph (2') e gyrA (3,22%) e mrsC (2,25%). Os dados aqui descritos demonstram fenótipos de resistência a uma gama de antibióticos de grande relevância clínica, que serve de alerta para a importância da cadeia alimentar na disseminação e transferência de genes de resistência antimicrobiana. |