Determinantes e consequências do excesso ventilatório durante o exercício em indivíduos com doença pulmonar intersticial fibrosante

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Plachi, Franciele
Orientador(a): Berton, Danilo Cortozi
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/255708
Resumo: INTRODUÇÃO: O excesso ventilatório ao exercício (EEV) tem assumido papel de destaque na avaliação funcional e prognóstica de pacientes com doenças cardiopulmonares. Até o momento, as consequências em termos de mecânica ventilatória e as causas do EEV foram pouco exploradas em pacientes com doença pulmonar intersticial (DPI) fibrosante crônica. Assim, o objetivo do presente estudo foi avaliar os potenciais fundamentos e as consequências qualitativas (mecânica ventilatória) de uma resposta ventilatória quantitativa (equivalente ventilatório para dióxido de carbono – ⩒E/⩒CO2) elevada durante o exercício em indivíduos com DPI fibrosante crônica. MÉTODOS: Vinte e oito pacientes com DPI fibrosante crônica e 13 indivíduos controles pareados por idade, sexo e índice de massa corporal foram submetidos a um teste de exercício cardiopulmonar incremental (incrementos a cada 1-3 minutos) máximo limitado por sintomas com medidas seriadas de capacidade inspiratória. Amostras de sangue arterial ou capilar arterializado (c) foram obtidas de todos os pacientes durante o repouso. Em um subgrupo de pacientes (n=16) amostras de sangue capilar arterializado foram obtidas durante o exercício. O EEV foi definido como ⩒E/⩒CO2 slope ≥ 36L/L. RESULTADOS: 13/28 pacientes (46,4%) apresentaram EEV. Os pacientes (62,2±9,9 anos, 42,8% homens) apresentaram função pulmonar em repouso e capacidade de exercício igualmente menores em comparação aos controles (66,8±8,8 anos, 61,5% homens), enquanto a escala de dispneia modificada Medical Research Council foi maior naqueles com versus sem EEV (3 [2–3] vs 2 [1–2]; P=0,046). Os pacientes com EEV apresentaram maior frequência respiratória, menor volume de reserva inspiratório e menores valores de saturação periférica de oxigênio durante todo o exercício (P<0,05 para todas as comparações) quando comparado aos sem EEV. A relação espaço morto (VD)/volume corrente (VT) foi similarmente elevada ao repouso entre os pacientes, mas somente no grupo com EEV não reduziu significativamente durante o exercício (0,50±0,15 vs 0,39±0,11; P=0,006). A PcCO2 em repouso foi menor no grupo com EEV (35±3 vs 38±6 mmHg; P=0,09), no entanto, essa diferença não se manteve durante o exercício. CONCLUSÃO: A incapacidade de reduzir o espaço morto ventilado (VD/VT) e a hipoxemia progressiva durante o exercício estão associadas ao EEV em pacientes com DPI fibrosante crônica levando à piora da mecânica ventilatória.