A subalternidade dos sujeitos rurais no Brasil : condição colonial dos assentamentos rurais no interior da Amazônia

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Nogueira, Ana Claudia Fernandes
Orientador(a): Anjos, José Carlos Gomes dos
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/188164
Resumo: Uma legião de homens e mulheres no Brasil trazem em sua trajetória de vida a marca da falta carregada desde suas ancestralidades, que nestes casos, assumem uma condição de destituídas. Num universo de incontáveis, estão as populações residentes em assentamentos rurais amazônicos, que são constituídos como ordenamentos territoriais instituídos pelo Estado brasileiro como instrumento de políticas de distribuição de terra e minimizadoras de problemas estruturais causadas pela concentração agrária e agrícola, presente no Brasil desde a colonização. Nesta medida, compreende-se que o caráter colonialista do Estado aprofunda, por meio de seus dispositivos de poder, a condição de subalternidade de populações originárias, mestiça, migrante, que passam a ser re-conhecidas como assentadas da reforma agrária. Assume-se, portanto, a existência de uma condição de subalternidade experienciada no cotidiano de milhares de famílias e que pode ser problematizada a partir de uma crítica epistemológica oriunda dos estudos subalternos, pós-coloniais e decoloniais, ancorada em intelectuais indianos, africanos e latino-americanos. Para a produção desta crítica propõem-se a subversão de uma narrativa baseada na perspectiva universalista, problematizando-se, assim, que a Amazônia ainda é um “Outro” a ser explorado, que os processos migratórios para a região são mobilizados a partir de dispositivos de poder que reforçaram e mantiveram a condição subalterna de grupos marginalizados, onde os assentamentos rurais representam um dos microcosmos das relações coloniais de domínio e exploração historicamente construídas. Desta forma, estudou-se três assentamentos rurais na mesorregião sul amazonense nas modalidades tradicional e ambientalmente diferenciado, onde por meio do método genealógico propõem-se trazer as experiências, as memórias e o saber dos assentados ao centro das interpretações através da observação participante, recolha de narrativas, verificação de dados secundários e análise documental. Em suma, a produção cotidiana da vida em assentamentos rurais amazônicos evidencia as contradições sociais e econômicas que caracterizam o Brasil e sua dimensão continental, desvelando como os espaços rurais da região são situados na nação, e quais são as estratégias de luta e resistência pela permanência na terra de homens e mulheres.