Cariri paraibano : do silêncio do lugar à desertificação

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2008
Autor(a) principal: Souza, Bartolomeu Israel de
Orientador(a): Suertegaray, Dirce Maria Antunes
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/15275
Resumo: No presente estudo, tomando por base o processo histórico de ocupação e povoamento do Cariri, a análise qualitativa da vegetação, através de bio-indicadores (diversidade, densidade e estratos) e o uso de técnicas de sensoriamento remoto e geoprocessamento, foi efetuado o mapeamento da desertificação na região. Entre os resultados encontrados, foi verificado que: atualmente (2005/2006), a área atingida por esse processo, em todos os níveis analisados (Moderado, Grave e Muito Grave), corresponde a 77,4% de toda a região; de 1989 a 2005/2006, houve um aumento de cerca de 14,6% em relação a esse tipo de degradação; no período pesquisado, o maior crescimento da desertificação ocorreu no Cariri Ocidental; na identificação e quantificação das áreas desertificadas, o uso de imagens de satélite próximas do final da estação chuvosa na região apresentou respostas mais satisfatórias que as imagens da estação seca; a análise das imagens de satélite através do uso da classificação Não Supervisionada respondeu melhor ao que foi verificado em campo que o IVDN. As áreas onde o processo de desertificação está mais acentuado e concentrado localizam-se nas terras próximas das maiores bacias hidrográficas da região (Paraíba e Taperoá), devido a presença de várzeas expressivas que favoreceram o processo de ocupação que vem se desenvolvendo a séculos no Cariri. Mais recentemente, as ações das Políticas Públicas, particularmente os incentivos á caprinocultura, passaram a exercer papel fundamental no aumento dessas áreas, em quantidade e intensidade, devido a forma semi-extensiva com que esses animais são criados, associado as alterações na estrutura fundiária da região e a superpastagem. As análises laboratoriais realizadas para identificar possíveis alterações nos solos, em decorrência da desertificação, mostraram problemas de elevação da salinidade nas áreas irrigadas, o que já afeta parcialmente a agricultura praticada nessas terras. Entretanto, em relação a fertilidade, mesmo nas áreas desprovidas de caatingas, não foram constatadas modificações nesse parâmetro, o que pode ser explicado pelo papel de proteção diante da erosão hídrica exercido pelo Pavimento Desértico e a resistência do material argiloso que compõe os agregados presentes no horizonte superficial dos solos existentes nessa região. Nesse caso, a despeito da degradação da vegetação, a recuperação dessas áreas, em virtude da permanência da fertilidade dos solos, é possível de ocorrer.