Avaliação de funcionalidade de crianças internadas em unidade de terapia intensiva pediátrica de hospital terciário

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Dannenberg, Vanessa Campes
Orientador(a): Carvalho, Paulo Roberto Antonacci
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/188965
Resumo: Introdução: A evolução tecnológica resultou no aumento da complexidade de cuidados dos pacientes, tornando as Unidades de Tratamento Intensivo Pediátricas (UTIP’s) aptas a atendimentos em pacientes cada vez mais graves, levando a reduções dos índices de mortalidade. As complicações e comprometimentos das funções físicas vêm acometendo uma grande parcela de pacientes sobreviventes das UTI’s. Sendo assim, avaliar as condições funcionais das crianças no momento da alta da UTIP torna-se importante, possibilitando geração de resultados e verificação de fatores que agravem ou não essas condições funcionais. Objetivo: Avaliar os efeitos da internação sobre a funcionalidade das crianças admitidas em UTIP de hospital terciário. Método: Estudo observacional de coorte prospectiva realizado com pacientes de 1 mês até 18 anos admitidos na UTIP do HCPA de setembro de 2016 a outubro de 2017. A avaliação funcional se deu através da Functional Status Score (FSS) na admissão e alta. A FSS inclui seis domínios: estado mental, funcionamento sensorial, comunicação, funcionamento motor, alimentação e estado respiratório. Resultados: Participaram 303 pacientes, sendo 62,5% do sexo masculino, com mediana de idade de 22 meses ([IQ] 5 - 97,5). O principal motivo de admissão foi respiratório 43,2%, com índice de gravidade (PIM2) no momento da admissão de mediana de 1,26% ([IQ] 0,4 - 4,68), e tempo de internação na UTIP mediana de 6 dias ([IQ] 3 – 10). A maioria dos cuidadores classificou as crianças com boas condições funcionais ou disfunções leves (pré -admissão) 88,4% e os pesquisadores (alta) classificaram 50,1% com alterações moderadas ou severas. A maior gravidade na admissão, o maior tempo de internação, o maior tempo de sedação e o maior tempo de VM mostraram influência na piora das condições funcionais dos pacientes na alta da UTIP. A chance de piora do estado funcional na alta, (de acordo com os escores da FSS), aumenta seis vezes em relação às condições funcionais relatadas na admissão. No grupo de pacientes crônicos, maior tempo de internação, maior PIM2, uso de tecnologia prévia, uso de medicação contínua, maior tempo de realização de tratamento de fisioterapia prévia, inclusão em escolas ou creches, realização de fisioterapia hospitalar, fonoaudiologia hospitalar, recreação hospitalar, uso de bloqueadores neuromusculares, presença de intercorrências clínicas ou cirúrgicas durante a internação na UTIP, uso de ventilação mecânica invasiva e uso de tecnologia na alta, demonstraram correlação com maior comprometimento funcional na alta. O tempo de internação apresentou relação com as perdas 10 funcionais na alta em todos os pacientes (r= 0,315 e p= 0,000). Houve correlação entre uma pior classificação funcional e uso de tecnologia na alta da UTIP (r=0,316; p= 0,000). Conclusão: A internação em UTIP impactou negativamente nas condições funcionais das crianças avaliadas. Sendo influenciada por maior número de internações prévias, maior gravidade na admissão em UTIP, maior tempo de uso de sedativos e ventilação mecânica. A doença crônica e o uso de tecnologias em saúde não se mostraram como fatores determinantes para maior agravamento funcional na alta. O tempo de internação apresentou influência considerável nas perdas funcionais observadas na alta dessas crianças.