Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2023 |
Autor(a) principal: |
Scarton, Mithiele da Silva |
Orientador(a): |
Conte, Daniel |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
|
Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
|
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
|
Departamento: |
Não Informado pela instituição
|
País: |
Não Informado pela instituição
|
Palavras-chave em Português: |
|
Palavras-chave em Inglês: |
|
Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/10183/258020
|
Resumo: |
São Tomé e Príncipe, país insular africano localizado no Golfo da Guiné, é o menor país de língua oficial portuguesa. Nele, contudo, encontramos uma literatura que irrompe parâmetros linguísticos e passa a expressar-se também por meio do crioulo forro, língua originada do encontro entre o português e as línguas africanas que compuseram, junto de suas diferentes vertentes, o mosaico cultural santomense. A partir desse contexto, entendemos que a literatura nesse país surge como possibilidade de contestação histórica e cultural de um povo outrora silenciado pelo jugo colonial. Com base nos estudos pós-coloniais, destacamos, aqui, a produção contística da escritora santomense Olinda Beja enquanto possibilidade de voz à multiplicidade cultural do país, principalmente de cabo-verdianos, angolanos e moçambicanos, contratados para as roças de cacau e café, e seus descendentes que por meio de histórias passadas de geração em geração ressignificam o espaço desses sujeitos na narrativa da nação. Desse modo, a metodologia aqui empregada abarca uma pesquisa básica bibliográfica a partir de leituras ficcionais e o cotejamento com os eventos históricos. É a partir da memória das personagens presentes nas obras dessa escritora, em especial em Chá do Príncipe (2017), que buscamos perceber de que maneira esse encontro com o passado reconstrói o presente e possibilita uma visita à identidade do povo santomense. Para isso, amparamo-nos principalmente nos estudos de Aleida Assmann (2011), Márcio Seligmann-Silva (2003) e Maurice Halbwachs (1990), que trabalham com a memória e são suporte para percebermos o trabalho desta na permanência e representação de identidades. Ainda no que tange à importância da literatura africana de língua portuguesa, valemo-nos de textos de Inocência Mata (2008, 2018) e Francisco Noa (2015), seguidos de estudos de Homi Bhabha (1996, 2013) e Stuart Hall (1996, 2013, 2014, 2016), que desenvolvem conceitos como hibridismo e representação, importantes para a investigação aqui proposta. A partir dessas considerações, entendemos que é entre a narrativa que percorre a história, a memória e a identidade que Olinda Beja inscreve o imaginário das ilhas em um movimento de fluidez entre o eu e o outro, entre as raízes nas ilhas e um crescimento longe delas, em que tudo parece ganhar a dimensão do descobrimento e se transforma em conhecimento, de suas origens, do seu povo e dos caminhos percorridos para que hoje possa contar essas histórias. |