Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2022 |
Autor(a) principal: |
Pérez, Angel David Arellano |
Orientador(a): |
Alvares, Lucas de Oliveira |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/10183/249907
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Resumo: |
Experiências ou eventos com conteúdo emocional facilitam a consolidação de memórias, assim como sua evocação posterior, mas aquelas associadas com eventos estressantes ou com uma carga emocional negativa podem desencadear transtornos emocionais trazendo lembranças negativas que podem se tornar persistentes e em alguns casos levam a formação de transtornos de estresse pós traumático ou fobias. Os principais tratamentos psicológicos se baseiam na terapia de exposição, levando a formação da memória de extinção tornando a memória original susceptível de retornar. Alternativamente, as propriedades dinâmicas da memória permitem sua atualização, após sua evocação elas podem entrar num estado lábil susceptível de intervenções uma janela de tempo que permite modificar seu traço através da incorporação de um novo estado emocional ou informação durante sua reativação, processo conhecido como reconsolidação. Através da reconsolidação uma memória pode incorporar uma valência emocional menos aversiva e atenuar a expressão de medo proporcionando novos alvos de intervenção para terapias psicológicas. Pesquisas feitas pelo nosso grupo mostraram que a utilização de um estímulo de valência gratificante, durante a reativação de memórias aversivas levaram a sua atenuação, esses resultados orientaram o desenvolvimento dessas teses, tendo como objectivo a incorporação de um estado menos aversivo durante a sua reativação para levar à atenuação emocional da memória. Aqui foram utilizados ratos Wistar adultos, machos e fêmeas treinados ao condicionamento aversivo ao contexto; a memória de medo foi reativada posteriormente usando diferentes tempos de exposição ao contexto com a administração de metilfenidato (i.p.), durante o ciclo escuro, com a incorporação de uma fêmea, ou com a infusão de ocitocina no hipocampo. No dia seguinte, a memória foi testada para avaliar qualquer mudança na expressão de congelamento. No capítulo I, MFD foi usado na dose de 3 e 10 mg/kg pré ou pós-reativação (i.p.), administração pre-reativação após três sessões levaram à atenuação da memória de medo em ambos grupos droga. Enquanto numa sessão de extinção, gerou um prejuízo na memória de extinção. Controles posteriores demonstraram que MFD em ambas doses teve efeito de preferência contextual e aumento da atividade locomotora na dose de 10 mg/kg. No capítulo II, ratos foram treinados ao CAC no ciclo claro, foi avaliado o efeito do ciclo circadiano na reativação da memória (ciclo claro ou escuro). Sucessivas reativações no ciclo escuro demonstraram ter um efeito na atenuação da memória comparado com o grupo reativado no ciclo claro, quando ambos os grupos foram testados no ciclo claro. Este efeito foi bloqueado quando um inibidor de glicocorticoides foi administrado (i.p.) antes de cada reativação no ciclo escuro. Diferenças não foram encontradas na memória de extinção. No capítulo III. Ratos passaram pelo condicionamento aversivo ao contexto, dois dias após a memória de medo foi reativa com uma exposição ao contexto de 12 min, 3 minutos iniciais foram registrados e depois uma fêmea (familiar, com sessão de interação prévia, familiar de um dia para outro/overnight, ou não familiar) foi apresentada no contexto pelos próximos 9 minutos. Na sessão de teste os grupos expostos durante a reativação com uma fêmea familiar, mostram uma atenuação do congelamento, sem retorno da memória em testes posteriores. O uso de antagonista de dopamina e ocitocina no hipocampo antes da reativação bloqueia este efeito na atenuação da memória. No capítulo IV, a infusão de OT no hipocampo prejudicou a consolidação da memória de medo em machos, mas não em fêmeas; sua administração após uma sessão de reativação de 12 minutos atenuou a expressão da memória em uma sessão de teste posterior. Nossos resultados em conjunto contribuem para ao entendimento da reconsolidação da memória através de intervenções baseadas no contracondicionamento, assim, nossos achados abrem novas vias para o uso de novos tratamentos para atenuação de memórias de medo em humanos. |