Caraterização fenotípíca e molecular de cepas de Pasteurella multocida

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2015
Autor(a) principal: Furian, Thales Quedi
Orientador(a): Moraes, Hamilton Luiz de Souza
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/207419
Resumo: Entre as bactérias que habitam a cavidade oral e nasal dos animais, os constituintes da família Pasteurellaceae estão entre os microrganismos comensais ou oportunistas mais prevalentes. Apesar do número de doenças associadas e da diversidade de hospedeiros acometidos, o conhecimento sobre a patogenia desta bactéria ainda é restrito. Além disto, a análise da virulência de Pasteurella multocida, que ocasiona casos agudos e crônicos de cólera aviária, não é comum. Tais estudos são ainda mais raros para cepas circulantes no Brasil. O objetivo deste trabalho foi a caracterização fenotípica e molecular de 96 cepas de P. multocida isoladas de aves e de suínos no país. As subespécies e os biovares foram determinados através de testes bioquímicos, e os sorogrupos foram classificados pelo emprego de testes fenotípicos não sorológicos. A susceptibilidade in vitro a nove antimicrobianos também foi avaliada. Para os estudos genotípicos, foi realizada a pesquisa de 22 genes de virulência por multiplex-PCR, incluindo-se aqueles determinantes dos sorogrupos, a comparação dos perfis genéticos e a diferenciação molecular através de PCR-RFLP a partir dos genes ompH e oma87. Por último, os testes fenotípicos e moleculares para classificação dos sorogrupos foram comparados, e a distribuição dos genes foi relacionada com índices de patogenicidade in vivo das cepas para a identificação de marcadores moleculares. Um total de 87,5% (84/96) das cepas foi classificado na subespécie multocida. O biovar 3 foi o mais comum entre as cepas aviárias e suínas, sendo identificado respectivamente em 35,7% (20/56) e 25% (10/40) dos casos. Entre as cepas aviárias, 90,7% (49/54) foram classificadas no sorogrupo A através do multiplex-PCR, e 3,7% (2/54) não foram classificados em um dos dois sorogrupos. Em contraste, somente 75,9% (41/54) das cepas aviárias foram identificadas no tipo capsular A através do teste fenotípico e 20,4% (11/54) não foram tipificadas. Resultados semelhantes foram observados entre os isolados suínos. As taxas de susceptibilidade das cepas aviárias foram superiores a 80% para os antimicrobianos testados, com exceção à enrofloxacina e ao sulfafurazol. Somente amoxicilina, ciprofloxacina e gentamicina inibiram o crescimento de mais de 80% das cepas suínas. 8,9% (5/56) dos isolados de origem aviária e 37,5% (15/40) das cepas suínas foram multirresistentes. A maioria dos genes (ompH, oma87, psl, plpB, exbD-tonB, fur, hgbA, nanH, nanB, sodA, sodC, pmHAS, ptfA) apresentou uma frequência superior a 90% e distribuição regular, independentemente da origem. As cepas foram agrupadas em 33 perfis, sendo o perfil 1 (toxA-; pfhA-; dcbF-; bcbD-; hsf-1- ) o mais frequente, identificado em 16,7% (16/96) dos casos. O PCR-RFLP a partir do gene ompH permitiu a classificação das cepas aviárias em sete grupos moleculares, sendo predominante o grupo II, identificado em 42,9% (24/56) das situações. A detecção do gene pfhA indica a presença de cepas de alta patogenicidade em aves, e em segundo lugar, de cepas intermediárias. Este estudo proveu a caracterização fenotípica e molecular de cepas de P. multocida isoladas de aves e de suínos no Brasil e os seus resultados possibilitam a distinção futura dos isolados aviários quanto à patogenicidade.