Estudo transversal relacionado ao uso de benzodiazepinicos no Centro de Atenção Psicossocial (CAPS) do município de Campo Bom - RS

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2015
Autor(a) principal: Marques, Fabricio Correia
Orientador(a): Roriz-Cruz, Matheus
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/140022
Resumo: Introdução: Os Benzodiazepínicos estão entre as drogas mais prescritas no mundo. Possuem características ansiolíticas, hipnóticas, miorelaxantes e anticonvulsivantes. Estudos prévios evidenciam inadequações nas prescrições de benzodiazepínicos, como uso equivocado para quadros inespecíficos, tratamento prolongado e abuso por idosos. Benzodiazepínicos podem trazer sérios efeitos adversos, sobretudo em idosos, como sonolência diurna, deterioro da memória e funções cognitivas, desequilíbrio e quedas. Objetivos: Analisar a prevalência do uso de benzodiazepínicos nos pacientes do Centro de Atenção Psicossocial (CAPS) de Campo Bom-RS em um período de 24 meses (Junho de 2013 a Maio de 2015), faixa etária, frequência de dispensações, dosagens, CIDs e especialidades dos médicos prescritores; bem como possíveis relações com a função cognitiva, afetiva, e quedas em idosos. Métodos: Estudo transversal, com informações coletadas e tabuladas a partir dos prontuários e prescrições médicas do CAPS Campo Bom, bem como do seu sistema informatizado de gerenciamento (Software Multi 24 Horas). Foram obtidos dados como idade, gênero, identificação dos CIDs; bem como informações sobre prescrições de Benzodiazepínicos, como frequência, quantidade, tipo de medicamento, posologia, profissional prescritor e demais medicamentos utilizados. Critério de inclusão: utilização de qualquer benzodiazepínico disponível na rede SUS: Clonazepam 0,5mg, Clonazepam 2,5 mg/ml, Clonazepam 2mg e Diazepam 5mg. Foram aplicados os testes MEEM e GDS nos pacientes idosos, em entrevistas individuais, nas quais também se avaliou a escolaridade, ocorrência e frequência de quedas, além das comorbidades auto relatadas. Para construção do banco de dados foi utilizado o Software Microsoft® Office Excel® 2007, e para análise estatística o Software PASW V18 (SPSS®). Resultados: O número total de pacientes ativos identificados no CAPS foi de 855 indivíduos, sendo 543 (63,5%) mulheres e 84 idosos (9,8%). A prevalência de utilização de BZD nesta população representou 47,2% (n=404 indivíduos). Foram identificadas 12.680 prescrições médicas dispensadas e, deste total, a prevalência de prescrições de benzodiazepínicos foi de 21,7% (n=2.748). Dentre os pacientes que receberam BZD, 297 (73,5%) eram mulheres e 59 idosos (14,6%), dos quais 56 foram entrevistados. Dentre os idosos entrevistados, 42 (75,0%) possuíram significativa sintomatologia depressiva (GDS≥5) e 32 (57,1%) apresentaram duas ou mais quedas no período de 1 ano. Dezoito pacientes idosos demonstraram fazer uso de dois ou mais BZDs. Houve correlação linear negativa entre os escores do MEEM e do GDS (r = - ,416; p=,002). Houve também uma correlação linear negativa entre o escore do MEEM e número de quedas em idosos (r = -,327 p=,016). Conclusões: Os benzodiazepínicos corresponderam a 21,7 % do total de prescrições do CAPS e do total dos indivíduos 47,2% receberam benzodiazepínicos. Proporcionalmente aos homens, as mulheres tenderam a receber mais prescrições de benzodiazepínicos (p<.001). A prevalência de significativa sintomatologia depressiva nos idosos usuários do CAPS foi alta (75,0%), assim como a incidência de quedas, sendo que mais da metade dos idosos caiu 2 ou mais vezes no período. Identificou-se uma correlação linear negativa entre a função cognitiva como avaliada pelo MEEM e a sintomatologia depressiva avaliada pelo GDS; bem como houve uma correlação linear negativa entre o MEEM e o número de quedas em idosos.