Tem rural na capital ? : ruralidades, urbanidades e suas resignificações em Porto Alegre-RS

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2017
Autor(a) principal: Almeida, Cíntia Maria Castro
Orientador(a): Gerhardt, Cleyton Henrique
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/172683
Resumo: Em 1999, através do Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano Ambiental (PDDUA), a prefeitura municipal de Porto Alegre decretou o fim da “zona rural” no município. Contudo, mesmo passados 12 anos, sua população (principalmente, os que se acham diretamente afetados por esta mesma decretação e outros agentes interessados em discuti-la) continuam falando, pensando e propondo formas de intervenção relacionadas ao rural. Tendo as tensões geradas por tal contradição como eixo norteador, esta dissertação traz à tona o atual debate sobre o rural em Porto Alegre, tanto no que diz respeito a sua delimitação (ou não delimitação) como no que tange aos diversos significados a elas imputados. A partir do uso prático em contextos específicos, descreve-se como são acionadas e qualificadas as categorias rural e urbano, bem como as ambigüidades e ambivalências que marcam o caráter dinâmico, polissêmico e contextual que caracteriza o acionamento de ambas em Porto Alegre. Do mesmo modo, considerando o universo empírico da presente pesquisa, se analisa como diferentes instituições e agentes sociais se interconectam, se opõem, se distanciam, se repelem, se atraem e se cruzam, sobretudo, quando o rural é visto como “fronteira” da especulação imobiliária. Em síntese, procura-se trazer à luz algo daquilo que estaria subjacente ao procedimento classificatório, o qual permite, em última instância, categorizar pessoas (como rurais e urbanas), classificar espaços (como rurais e urbanos), caracterizar modos de vida (como rurais e urbanos), ordenar, qualificar e hierarquizar valores (rurais e urbanos) e, por fim, organizar o mundo a nossa volta (com políticas voltadas ao rural e ao urbano). Ao final, a despeito do decreto municipal de 1999, foi possível perceber que a dicotomia rural-urbano persiste com força no imaginário social atual, sintetizando, por sua vez, a maneira como portoalegrenses se vêem a si mesmos. Longe de uma oposição fundacional que estaria em vias de extinção devido ao desaparecimento de uma de suas partes constitutivas, rural e urbano persistem tanto no senso-comum como entre especialistas, visto que ruralidades e urbanidades que ora se opõem ora se mesclam continuam sendo inventadas, relidas, esquecidas e/ou incorporadas.