O infantil em Freud e em Benjamin : construindo caminhos para além da melancolia no laço social

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Pires, Luísa Puricelli
Orientador(a): Moschen, Simone Zanon
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/283315
Resumo: Nesta tese, apresenta-se, em uma escrita ensaística, uma pesquisa teórica acerca da melancolia que assola o nosso tempo. A partir dos escritos de Sigmund Freud e Walter Benjamin, vamos costurando diferentes conceitos na psicanálise e na filosofia. Falando da guerra, ambos os autores trazem os soldados, que retornam mudos do campo de batalha, devido aos choques que vivenciaram. De modo mais próximo de nossa cultura, a pressa de nosso tempo e as violências a que estamos acometidos todos os dias na atualidade nos reportam a vivências, que podemos nomear de traumáticas. Em um primeiro momento, trauma, vivência, inconsciente e imagem se entrelaçam, então, na construção da tese, para fazer pensar a melancolia social como efeito de uma sociedade sem muitos espaços de narração, onde a pulsão de morte se expressa livremente. Esses fatores são investigados mais amplamente no percurso da escrita, pensando que a melancolia do laço com o outro interessa à educação, enquanto necessidade de tencionar meios de fazer operar a transmissão e a invenção de um comum e suas relações com a autoridade. Retomando o caráter infantil presente na melancolia, a partir também das contribuições de Sándor Ferenczi e Donald Winnicott, em um segundo momento, o brincar rouba a cena, para torcer as vivências infantis em possibilidades criativas de elaboração. E que possibilidades teríamos coletivamente neste eixo do brincar? O que do infantil poderia nos libertar de um estado melancólico? O brincar inicia, em um jogo com a mãe ou cuidador, para fazer valer a fantasia que conecta a criança ao mundo, em uma realidade compartilhada. A história do brinquedo e os movimentos da infância, assim, ganham espaço, demonstrando a tríade infantil, melancolia e inconsciente, enquanto as críticas à educação trazidas por Benjamin e Freud recordam a força da marca do infantil na construção da autoridade. Nesse movimento, em um terceiro momento, o método de investigação e escrita elaborado pelos autores indica um caminho a seguir, em que leituras acerca das memórias de infância de ambos são colecionadas, na busca de inspiração para o desenho de saídas possíveis aos estados melancólicos. Buscando o brincar enquanto mola propulsora da criação, reformulamos a questão: o que do infantil poderia nos conduzir à criação de estratégias que possibilitem uma vida em comum mais fraterna? Neste ponto, brotam com intensidade, na quarta seção da tese, as lembranças dos companheiros de brincadeiras em Freud e as marcas da cidade em Benjamin, fazendo emergir as noções da função fraterna e da flânerie como ferramentas possíveis para pensar os caminhos de construção e sustentação do laço social.