O enfrentamento à violência sexual contra crianças e adolescentes : um estudo sobre os repertórios interpretativos das políticas de proteção à infância em Porto Alegre (RS)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Ghiorzi, Bruna de Almada
Orientador(a): Meneghel, Stela Nazareth
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/249372
Resumo: Este trabalho tem como tema a violência sexual contra crianças e adolescentes, violência esta que se materializa por meio de diversas ações, tais como: estupro, abuso incestuoso, assédio sexual, pornografia infantil, pedofilia, exploração sexual, mediante o uso ou não da força física e que se propaga, principalmente sobre o corpo das meninas no Brasil. O objetivo deste estudo foi identificar os repertórios interpretativos utilizados por operadores de políticas públicas no enfrentamento às violências sexuais contra crianças e adolescentes na cidade de Porto Alegre (RS). Foram entrevistadas quatorze trabalhadoras dos setores de saúde, assistência social, segurança e justiça que compõem diferentes pontos da rede de atenção à infância. As entrevistas foram analisadas através da análise do discurso com o uso da ferramenta metodológica dos repertórios interpretativos. Como resultados foram observados três principais repertórios a partir dos quais o trabalho com o tema da violência sexual contra crianças e adolescentes foi descrito: (1) o repertório do “encaminhamento”, que descreve o esgotamento e a fragmentação da rede; (2) o repertório do “medo” e “impotência” que enfatiza os modos pelos quais as equipes descrevem sua relação com o trabalho cotidiano com o tema da violência sexual nos territórios e (3) o repertório “culpa da mãe” que descreve as maneiras como a abordagem familiar ao tema persiste em uma lógica de responsabilização materna. Conclui-se que o enfrentamento às violências sexuais contra crianças e adolescentes segue sendo tomado enquanto restrito às famílias e ao cuidado individualizado, reproduzidos nos discursos e práticas dos operadores das políticas públicas.