Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2021 |
Autor(a) principal: |
Carvalho, Andrey Vinicios Soares |
Orientador(a): |
Netto, Carlos Alexandre |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
|
Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
|
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
|
Departamento: |
Não Informado pela instituição
|
País: |
Não Informado pela instituição
|
Palavras-chave em Português: |
|
Palavras-chave em Inglês: |
|
Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/10183/242577
|
Resumo: |
A hipóxia-isquemia neonatal (HI) é a principal causa de óbito perinatal e de lesões que acometem o Sistema Nervoso Central (SNC). A fisiopatologia da HI decorre a partir da diminuição ou interrupção do aporte sanguíneo para o SNC, ocasionando morte celular, neuroinflamação e produção de espécies reativas de oxigênio. Atualmente, não existe um tratamento totalmente eficaz para a HI, desta forma, estudos investigam possíveis intervenções que possam prevenir ou recuperar os prejuízos causados pela HI. Neste contexto, diversas pesquisas experimentais sobre a ação de extratos vegetais demonstram que os efeitos nocivos da HI podem ser atenuados. A Plinia trunciflora é uma espécie de jabuticabeira nativa do Brasil e uma planta rica em antocianinas, um composto fenólico com propriedades antioxidantes. Há relatos na literatura que o extrato de Plinia trunciflora (EPT) foi capaz de reduzir o estresse oxidativo tanto em cultura celular, quanto em roedores. Assim, o objetivo desse estudo foi avaliar a possível ação neuroprotetora da administração do EPT em ratos Wistar submetidos à HI neonatal através de testes comportamentais, análises histológicas e bioquímicas. Animais de ambos os sexos foram submetidos ao procedimento cirúrgico no sétimo dia pós-natal (DPN7). Para induzir a HI, foi realizado a oclusão permanente da artéria carótida comum direita, seguido pela exposição à privação parcial de oxigênio (8% de O2) por 60 minutos; os animais do grupo Sham receberam apenas dissecção da artéria carótida. O EPT (10mg/kg) ou solução Salina (0,9%) foi administrado via intraperitoneal nos intervalos de 1, 24, 48 e 72 horas após a HI. Desta forma, os animais foram divididos em 4 grupos experimentais: Sham+Sal, HI+Sal, Sham+EPT e HI+EPT. No DPN10 foram coletas amostras (hipocampo, córtex e estriado) para as análises dos parâmetros de homeostase redox e dosagem de interleucinas (IL). A partir do DPN45, a memória de referência espacial e o comportamento do tipo-ansioso dos animais foram avaliados. Ao final dos testes, os animais foram eutanasiados e o encéfalo foi coletado para as análises histológicas. Na análise dos parâmetros de homeostase redox foi observado que a HI provocou o aumento de lipoperoxidação no hipocampo e no córtex; este efeito foi prevenido pelo EPT. A atividade da enzima SOD não foi alterada, entretanto, a atividade da GPX aumentou nos animais HI+Sal e se manteve diminuída nos animais HI+EPT. Além disto, os animais HI+Sal apresentaram uma redução nos níveis de defesa antioxidante (GSH), e esse efeito não foi observado no grupo HI+EPT. A HI provocou um aumento nos níveis de IL-1β e o EPT foi capaz de prevenir esse efeito. A análise do campo aberto mostrou que os animais HI+Sal apresentaram um maior número cruzamentos quanto comparado aos animais Sham+Sal. No teste do labirinto em cruz elevado os animais do grupo HI+Sal permaneceram mais tempo no braço aberto em comparação aos animais Sham, e essa alteração comportamental pôde ser prevenida nos animais HI+EPT. No teste do labirinto aquático de Morris, os animais HI+Sal apresentaram déficits de aquisição quando comparados aos animais Sham+Sal e este prejuízo cognitivo pôde ser revertido pelo EPT. A análise histológica mostrou que os animais HI+Sal apresentaram uma diminuição do volume das estruturas encefálicas estudadas, hemisférios cerebrais, córtex cerebral, hipocampo e estriado, quando comparado aos animais Sham+Sal; a perda tecidual foi prevenida nos animais tratados com EPT. Os resultados sugerem que a administração do extrato de Plinia trunciflora foi capaz de prevenir ou atenuar as consequências da hipóxia-isquemia neonatal sobre a homeostase redox, a integridade do tecido nervoso e o comportamento, parâmetros avaliados no presente trabalho. Os possíveis mecanismos de neuroproteção do EPT devem ser melhor estudados. |