Da depressão ao transtorno de déficit de atenção e hiperatividade : estudo sobre a promoção publicitária do metilfenidato

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2015
Autor(a) principal: Herrera, Miguel Hexel
Orientador(a): Rohden, Fabiola
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/129986
Resumo: Esta dissertação explora o tema da medicalização. A pesquisa toma como objeto a promoção do fármaco Cloridrato de Metilfenidato, conhecido pelo nome comercial: Ritalina®. Trata-se de uma droga psicoestimulante atualmente estabelecida como tratamento de primeira linha para o TDA/H (Transtorno de Déficit de Atenção/Hiperatividade). A literatura especializada afirma que o TDA/H é uma doença de alta prevalência em crianças em idade escolar, sendo o “distúrbio neurocomportamental” mais comum na infância. Dados epidemiológicos sobre a expansão da prevalência do TDA/H e sobre aumento do consumo da Ritalina® somados às complexas relações entre diversos atores (indústria farmacêutica, pesquisadores e publicitários) sugerem que, além da apropriação dos modos de vida das pessoas pela medicina, está sendo estabelecido um vasto mercado corporativo. Este trabalho acompanha a trajetória da Ritalina® a partir da análise de material promocional destinado a profissionais da área médica. As propagandas examinadas foram encontradas através do buscador google e do Portal de Periódicos da Capes (periodicos.capes.gov.br) e compreendem o período de 1956 - quando Ritalina® foi lançada nos EUA – até 1979. Selecionei 32 informes publicitários para serem analisados, baseando-me em critérios como qualidade das imagens, confiabilidade e origem das fontes. Os anúncios mostram que este psicofármaco foi inicialmente indicado para problemas distintos como depressão, fadiga, letargia e narcolepsia. Ao fim da década de 1960 a Ritalina® passa a ser reconhecida como tratamento eficaz para “crianças hiperativas”. Argumento que ao considerarmos propagandas produzidas por laboratórios farmacêuticos como documentos legítimos é possível contribuir para resgatar aspectos históricos de determinada droga que de outro modo poderiam passar desapercebidos, uma vez que este tipo de material caracteriza-se como um elemento imprescindível no arsenal persuasivo dessas empresas.