Síndrome pós-cuidados intensivos em idosos e seus cuidadores familiares : estudo de coorte prospectivo

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Mocellin, Duane
Orientador(a): Paskulin, Lisiane Manganelli Girardi
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/249388
Resumo: Introdução: A hospitalização por doença crítica pode gerar ou agravar problemas na saúde física, cognitiva e psicológica dos pacientes e na saúde psicológica de seus cuidadores, sendo denominada de Síndrome Pós-Cuidados Intensivos (Post Intensive Care Syndrome - PICS) e PICS-Family (PICS-F), respectivamente. A identificação destas incapacidades que caracterizam a PICS e a PICSF e fatores associados nos idosos e cuidadores familiares pode auxiliar no planejamento e na implementação de cuidados de enfermagem voltados a essa população. Objetivo: Analisar a PICS em idosos e a PICS-F em seus cuidadores familiares e os fatores associados após Unidade de Terapia Intensiva (UTI). Métodos: Coorte prospectiva realizada em hospital universitário do Sul do Brasil. Os participantes foram os pacientes idosos após internação na UTI e seus cuidadores familiares. Realizou-se coleta de dados basais em até cinco dias após a alta da UTI. No primeiro (M1) e terceiro (M3) mês após a alta da UTI, avaliou- se a PICS do idoso através da dependência funcional, função cognitiva, sintomas de ansiedade, depressão e transtorno de estresse pós-traumático (TEPT). Avaliou-se ainda a PICS-F dos cuidadores através dos sintomas de ansiedade, depressão e TEPT. Realizou-se regressão linear. Considerou-se valor significativo de p<0,05. O projeto teve aprovação ética (parecer no4.725.268). Resultados: Foram incluídos 109 idosos e seus cuidadores familiares e 69 concluíram a avaliação final. Nos idosos verificou-se mediana de 70 (65-76) anos, 69 (63,3%) eram do sexo masculino. No M1 e M3, verificou-se: 49,4% e 28,2% de dependência funcional; 28,1% e 11,9% de déficit cognitivo; 19,7% e 12% de sintomas de ansiedade; 19,7% e 14% de sintomas de depressão; e 10,8% e 6% de sintomas de TEPT, respectivamente. Houve redução ao longo do tempo nos escores de dependência funcional (p <0,001), ansiedade (p=0,039) e TEPT (p=0,023). Os fatores associados à PICS no M1 foram: sexo feminino, dias de hospitalização, delirium, ser neurocrítico, internação prévia na UTI, uso de sedativos, déficit cognitivo prévio, problemas pulmonares, cardiovasculares e hipertensão arterial; no M3 foram: anos de estudo, ser neurocrítico, limitação física prévia, auxílio prévio nas atividades instrumentais de vida diária, problemas pulmonares e cardiovasculares, neoplasias e história de tratamento para ansiedade/depressão. Já para os cuidadores familiares, verificou-se mediana de 53 (41-61) anos e 93 (85,3%) eram mulheres. No M1 e M3, verificou-se: 39,8% e 14,5% de sintomas de ansiedade; 21,7% e 14,5% de sintomas de depressão; e 28,9% e 11,6% de sintomas de TEPT, respectivamente. Houve redução ao longo do tempo nos escores: ansiedade (p=0,002), depressão (p=0,049) e TEPT (p<0,001). Os fatores associados à PICS-F no M1 foram: status profissional ativo e o escore de depressão do idoso; no M3 foram: quantidade de horas semanais de cuidado prestado, cuidado prévio, escore da cognição e da dependência funcional do idoso. Conclusões: Nos idosos, os escores apresentaram redução estatisticamente significativa na dependência funcional, ansiedade e TEPT. As associações diferenciaram-se: em M1 relacionaram-se a aspectos do cuidado intensivo; em M3 associaram-se mais com o status prévio do idoso. Quanto aos cuidadores familiares, os sintomas de PICS-F apresentaram redução estatisticamente significativa. Verificou-se que elementos do idoso e relacionados ao cuidado prestado associaram-se à PICS-F. Os achados apontam para a necessidade de manejo do idoso e cuidador familiar no pós alta da UTI, devendo o enfermeiro atuar na identificação e na elaboração de plano de cuidados, buscando minimizar o impacto da síndrome.