Formação de biofilmes por Salmonella enteritidis, Escherichia coli e Campylobacter jejuni : aplicação de modelagem preditiva e alternativas para controle

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Carvalho, Daiane
Orientador(a): Nascimento, Vladimir Pinheiro do
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/284547
Resumo: Salmonella Enteritidis, Escherichia coli e Campylobacter jejuni são umas das principais causas de doenças transmitidas por alimentos, sendo a carne de frango considerada uma das principais fontes de infecção para o homem. No ambiente industrial, a formação de biofilme por estes microrganismos os torna mais resistentes aos processos de higienização, aumentando sua permanência nas plantas de processamento e favorecendo a contaminação do produto final. Neste contexto, este estudo teve por objetivo caracterizar fenotipicamente a formação de biofilmes mono e multiespécies por S. Enteritidis, E. coli e C. jejuni, avaliar diferentes compostos antimicrobianos para prevenção e remoção do biofilme pré-formado, e aplicar a modelagem preditiva visando simular a adesão e a inativação de biofilmes multiespécies. A avaliação da formação de biofilme pela técnica de cristal violeta mostrou que das 33 cepas de S. Enteritidis testadas, 60% produziram biofilme a 25°C (temperatura ambiente), para E. coli, 41% formaram biofilme a 4°C (temperatura de refrigeração) e a 12°C (temperatura de sala de cortes e desossa) e para C. jejuni, 31,8% a 4°C, 12°C e a 25°C. Os ensaios de prevenção de biofilme em microplacas utilizando ácido cítrico, ácido málico e ramnolipídeo em diferentes concentrações demonstraram que todos estes compostos forneceram algum grau de prevenção a 4°C, 12°C e 25°C, independente do microrganismo. Da mesma forma, os ensaios de remoção utilizando, além dos ácidos orgânicos e do biosurfactante, o cloreto de benzalcônio, todos com cinco e dez minutos de contato, demonstraram boa atuação destas substâncias, sendo que no maior tempo de contato e nas maiores concentrações houve um melhor desempenho. De modo geral, cepas dos três microrganismos que aderiram isoladamente ao poliestireno das microplacas também o fizeram em superfícies de uso comum em matadouros – frigoríficos de aves (aço inoxidável e polietileno) sob a forma de biofilmes mono e multiespécie. Nos biofilmes multiespécie, com combinações das bactérias em duplas e em trio, E. coli apresentou maior capacidade de adesão, seguido de S. Enteritidis e, por último, C. jejuni, independente da superfície avaliada. Dos antimicrobianos testados por dez minutos nestes biofilmes formados a 4°C, 12°C e 25°C, o ácido cítrico demonstrou melhor eficácia na remoção, seguido do cloreto de benzalcônio. O tratamento com ramnolipídeo não demonstrou diferença em relação ao grupo controle. A partir dos dados gerados com os biofilmes multiespécies foi possível a obtenção de 47 modelos matemáticos com coeficiente de determinação significativo (R2), destes 20 foram de adesão e 27 de inativação. Os dados obtidos neste estudo fornecem subsídios para que a indústria avícola crie programas de controle e erradicação de biofilmes, a fim de evitar o risco de contaminação do produto final.