Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2017 |
Autor(a) principal: |
Sousa, Fernanda Brabo |
Orientador(a): |
Bergamaschi, Maria Aparecida |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Palavras-chave em Inglês: |
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Palavras-chave em Espanhol: |
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Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/10183/172067
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Resumo: |
A educação escolar indígena específica, diferenciada, bilíngue e intercultural é legalmente um direito assegurado aos povos indígenas no Brasil. Na prática, tal direito ainda enfrenta dificuldades para se efetivar, seja pela relação colonialista do estado e suas instituições para com os povos indígenas, seja pela morosidade e burocracia dos processos e instrumentos técnico-administrativos. É preciso considerar também os dissensos entre as reivindicações dos movimentos indígenas e o modo moderno ocidental majoritário de fazer e pensar as políticas públicas. Neste cenário, a política de territórios etnoeducacionais – TEE é uma das criações mais recentes na história da educação escolar indígena no país, sendo implementada gradualmente desde o ano de 2009 e gerando discussões, interesses, dúvidas e questionamentos acerca de sua efetivação. A partir de vivências com professoras e professores kaingang e guarani no Rio Grande do Sul, em especial da atuação na Ação Saberes Indígenas na Escola – núcleo UFRGS entre os anos de 2014 e 2017, constatei que, para a implementação de uma política indigenista ser efetiva, é necessário, entre outros movimentos, que ela seja apropriada afetivamente pelos povos indígenas envolvidos. Para a elaboração desta pesquisa, a política de TEE surgiu como semeadora de discussões e reflexões, com os (des)conhecimentos, (in)compreensões, estranhamentos e sentimentos que essas professoras e professores expõem e compartilham sobre o assunto. Dentro de uma perspectiva de tese como acontecimento, busquei perceber como se dão os movimentos de apropriação (afetiva) da política de territórios etnoeducacionais pelos povos indígenas, tomando os encontros de formação continuada dos professores kaingang e guarani do RS como campos de reflexão coletiva e colaborativa. Utilizei as noções de pensamento seminal (Rodolfo Kusch), a dimensão do coração no pensamento ameríndio (Rodolfo Kusch e tradições indígenas) e o corazonar (Patrício Guerrero Arias) para compor um estudo denso e situado dos movimentos de apropriação afetiva indígena das políticas educacionais indigenistas, com base no vivido e nos sentipensamentos (Orlando Fals Borda) compartilhados em campo. Assumindo a imprevisibilidade de deixar- me estar e deixar-me afetar pelos campos de vivência, sabendo-me também afetando, adotei posturas e (dis)posições metodológicas que possibilitassem o estar junto com as pessoas indígenas, coautoras das reflexões desta pesquisa. Atuei conforme minhas sensibilidades de mundo, considerando a intuição e o acaso, no estar sendo estudante-universitária-mãe-pesquisadora- formadora e de acordo com as relações de parceria estabelecidas com os professores indígenas observando, registrando, participando e intervindo quando me foi solicitado. Dessa forma, esta pesquisa buscou evidenciar os movimentos fecundos de apropriação afetiva de políticas por meio do corazonamiento germinal da política de territórios etnoeducacionais. |