Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2015 |
Autor(a) principal: |
Worm, Paulo Valdeci |
Orientador(a): |
Collares, Marcus Vinicius Martins |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Palavras-chave em Inglês: |
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Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/10183/131175
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Resumo: |
Introdução: Defeitos no crânio e anormalidades ósseas craniofaciais que requerem reconstrução são comuns em uma ampla variedade de procedimentos neurocirúrgicos. Os estudos nessa área têm sido centrados nas complicações e no desenvolvimento de novos materiais e muito pouco no impacto social, na qualidade de vida e na reinserção no mercado de trabalho dos pacientes com falha craniana. Do ponto de vista do paciente, a principal razão para reparação desses defeitos pode ser estética. Os defeitos cranianos são desfigurantes. Os pacientes apresentam dificuldades de adaptação social, isolamento, vergonha, já que são considerados portadores de doenças neurológicas e intelectualmente deficientes, para o grande público. Além disso, o osso craniano fornece importante estrutura de apoio e proteção, restaurando a normalidade da dinâmica do fluxo liquórico, corrigindo os efeitos da pressão atmosférica e melhorando a perfusão e o fluxo sanguíneo cerebral. Objetivos: Avaliar cognição, às atividades da vida diária, a qualidade de vida, os índices de ansiedade e depressão, o retorno ao trabalho, a satisfação com o procedimento e as complicações cirúrgicas após correção de defeitos no crânio. Material e Métodos: Conduziu-se um estudo primário, analítico, intervencional, clinico, longitudinal e prospectivo com 62 pacientes portadores de falhas cranianas que reconstruidas com polimetilmetacrilato impregnado com antibióticos e osso autólogo. Avaliou-se com essa cranioplastia tardia, nos tempos pré-operatório, 3, 6, 12 e 24 meses, a melhora cognitiva através do Miniexame do Estado Mental, a evolução motora e das atividades da vida diária pelas escalas de Barthel e Rankin, a qualidade de vida relacionada à saúde pelo SF-36; os índices de ansiedade e depressão pela escala HAD; o retorno às atividades laborais, a satisfação com o procedimento e suas complicações. Resultados: A amostra estudada mostrou uma média de idade de 40 anos, predomínio do sexo masculino (77%), raça branca e mais de 5 anos de escolaridade (85%). A causa da craniectomia descompressiva foi predominante por acidentes (58%) e agressões (22,6%); 6 pacientes sofreram AVC (9,6%). A média do escores de Glasgow da admissão foi 9 ± 3. A craniectomia descompressiva foi realizada no lado direito em 47% dos pacientes e em 39% no lado esquerdo do crânio. Politrauma ocorreu em 16 % dos pacientes. O tamanho médio da falha craniana foi de 127,5 ± 34,1 cm2. Apresentavam falha considerada moderada e grande 91% dos pacientes. A média em meses do trauma até a realização da cranioplastia foi de 25 ± 15 meses. Houve melhora da cognição ao final de 12 meses (p=0,002); 57% dos pacientes melhoraram pelo menos 5 pontos nas escalas das atividades da vida diária. Todos os parâmetros da qualidade de vida melhoraram (p<0,001). A melhora no estado geral de saúde tornou-se significativa já no terceiro mês de pós-operatório; os aspectos sociais e a vitalidade tornaram-se significativos aos 6 meses; os demais parâmetros aos 12 meses e mantiveram-se aos 24 meses. A pontuação para depressão foi reduzida já no terceiro mês de pós-operatório, reduziu ainda mais aos 12 meses e se manteve aos 24 meses, (p<0,001). A ansiedade reduziu aos 12 meses de pós-operatório, mantendo-se assim aos 24 meses, (p<0,001). Cinquenta e três por cento dos pacientes exerciam alguma atividade laboral aos 12 meses após a cranioplastia; 92% estavam satisfeitos com o procedimento e os índices de infecção foram de 3,2%. Conclusão: Nesta amostra observamos melhora na cognição, na qualidade de vida, nos sintomas ansiosos e depressivos e reintrodução dos pacientes no mercado de trabalho. A reconstrução com polimetilmetacrilato impregnado com antibióticos mostrou-se segura e eficaz com baixos índices de complicações infecciosas. |