A terapia assistida por animais como uma forma de associação : um estudo antropológico sobre a relação humano-animais na promoção da saúde humana, no Brasil

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2015
Autor(a) principal: Teixeira, Ivana dos Santos
Orientador(a): Lewgoy, Bernardo
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/179467
Resumo: Este trabalho trata de estudo acerca da relação contemporânea entre humanos e animais no contexto das Terapias Assistidas por Animais – TAA, prática terapêutica crescente na promoção da saúde humana. A pesquisa de campo foi realizada através da observação participante de diferentes projetos de TAA, desenvolvidos em hospitais públicos e casas geriátricas, nas cidades de Porto Alegre, São Paulo e Rio de Janeiro, Brasil. Metodologicamente esta pesquisa apoiase, fundamentalmente, na etnografia das sessões terapêuticas, com o objetivo de perceber alguns dos princípios que estruturam a prática, sobretudo no que tange à relação humanoanimal e à interação entre os seres que participam do processo terapêutico. Como horizonte teórico, debruceime sobre o pensamento de Tim Ingold, cuja base analítica assentase na consideração de que as ligações que estabelecemos com a natureza, seres e coisas fazem emergir práticas e estilos de vida, como uma chave pragmática para pensar o afloramento de sensibilidades e mundos. Essa proposição tem um caráter prático servindome como suporte junto aos trabalhos de Andrés Georges Haudricourt, Carole Ferret e Perig Pitrou, para tentar entender alguns meandros dessa relação, tomando como base as ações trocadas entre os humanos e os animais, durante a sessão terapêutica. Exploramos, igualmente, alguns discursos relacionados às ações trocadas entre os participantes da sessão, nos aproximando do que se poderia chamar de uma racionalidade terapêutica, de acordo com o pensamento de Madel Luz (2005), que seria própria da atividade, ligandoa ao sistema de saúde convencional, mas também oferecendo inúmeros novos modos de relação e com a ampliação das maneiras de expressão. A terapia em questão, enquanto tecnologia de cuidado, se adapta aos preceitos da Reforma Sanitária e da Reforma Psiquiátrica (Amarante, 1992), pois abrange processos de mudanças em nível legislativo, político, teórico e prático. Este trabalho aponta para uma forma diversificada de técnica terapêutica cujo dispositivo terapêutico está associado à interação do paciente com um animal permitindo, com isso, a crítica aos processos de medicalização da vida (Illich, 1975; Gaudenzi e Ortega, 2012) em acordo apelo para que outros atores sociais entrem em contato com os “doentes”, além dos médicos e enfermeiros (Palombini, 2012). Os animais, sob o amparo de movimentos em defesa dos animais e dos benefícios (fisiológicos e afetivos) advindos da interação interespecífica na TAA, ocupam o prestigiado estatuto de “terapeutas”.