Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2019 |
Autor(a) principal: |
Albuquerque, Alana Soares |
Orientador(a): |
Fonseca, Tania Mara Galli |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Palavras-chave em Inglês: |
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Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/10183/201269
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Resumo: |
Este trabalho tem como objetivo identificar e analisar uma determinada cronopolítica presente no gênero da ficção científica, política essa que atua ativamente em seu gesto de produção de mundos. Falamos em cronopolítica – uma política que age sobre o tempo, ou que o governa – porque são esses mundos projetados pela ficção científica o que tem predominado no imaginário ocidental no que se refere à criação de futuros possíveis. Através de um texto ensaístico e de caráter exploratório e conceitual, lançamo-nos à tentativa de desnaturalizar a noção de futuro com a qual a ficção científica nos acostumou, compreendendo o futuro não como uma ideia natural ou já dada, mas como resultado de uma determinada construção social e cultural. Para compreendermos o nascimento da ideia de futuro como sinônimo de progresso científico e tecnológico, voltamos nosso olhar para a modernidade. Durante esse período, à medida que o desenvolvimento científico e tecnológico avança, o entusiasmo em torno do futuro aumenta, chegando ao seu ápice no final do século XIX, com a Revolução Industrial. O culto às máquinas passa a ser central em uma série de narrativas, porém, em contraponto às utopias tecnológicas, nasce também um certo descontentamento com o rumo que as tecnologias estavam tomando (a exploração nas fábricas, a guerra, o autoritarismo de estado, etc.), fazendo com que ao longo do século XX proliferem as distopias. Uma série de acontecimentos que marcam esse século provoca uma espécie de reversão na ideia de futuro, que, outrora cultuado pelos ideais de progresso e modernidade, agora aparece esvaziado de qualquer perspectiva. Vivemos hoje em meio a uma crise de futuro que decorre principalmente de um esgotamento desses mesmos ideais, haja vista as consequências desastrosas que os modos de vida capitalista têm causado na superfície do planeta. Além disso, as subjetividades se veem cada vez mais impotentes diante das forças capitalistas que as capturam, moldando seus desejos e aspirações. Se observamos, hoje, o que podemos chamar de uma colonização capitalística do imaginário e dos modos de pensar, principalmente no que se refere à possibilidade de criação de novos mundos, ressaltamos a necessidade de descolonização desses mesmos modos. Afirmamos tal necessidade pois reconhecemos que os gestos especulativos que instauram futuros não apenas os imaginam e os projetam em um horizonte distante, mas também os criam, instalando-os na realidade enquanto possíveis que insistem e que fazem pressão sob o presente. |