Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2006 |
Autor(a) principal: |
Pacheco, Gloria Elizabeth Saldivar de |
Orientador(a): |
Navarro, Márcia Hoppe |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/10183/8660
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Resumo: |
Diante do contínuo desafio de interpretar o nosso tempo e suas contingências, emerge a certeza de que indagar o passado em todas as suas dimensões políticas, sociais e econômicas é uma estratégia necessária. Neste sentido, a literatura e a historiografia têm se dedicado à representação dos acontecimentos históricos ao longo dos séculos. Embora tenham princípios e objetivos diferentes, ambos os domínios contribuem para elucidar a complexidade que encerra o processo histórico e viabilizar o conhecimento sobre o passado. No entanto, com o predomínio do positivismo nas ciências, o discurso literário tem sido desprezado como um espaço legítimo de problematização do passado, em razão de articular fatos verídicos e fictícios. Desde então, a historiografia positivista se consolidou como a única verdade sobre a história. Durante o século XX, contudo, a literatura cumpriu um papel importante na América Latina, que esteve dominada por cruentas ditaduras. Enquanto os historiadores eram relapsos nas suas atribuições, ao omitirem e/ou manipularem fatos e personagens; os escritores recriavam muitos episódios de resistência e luta das classes populares, impedindo que estes fossem esquecidos, o que prejudicaria a formação da consciência histórica. Neste contexto se inscreve a obra de Augusto Roa Bastos, que transforma a história paraguaia em seu principal recurso criativo, questionando a presença insignificante do povo e suas lutas no discurso histórico, assim como a legitimidade do poder ditatorial. Com este mesmo espírito crítico analisamos os contos El trueno entre las hojas e La excavación, que retratam as rebeliões de trabalhadores, os presos políticos e a motivação econômica por trás da Guerra do Chaco, em comparação com os respectivos registros de quatro livros de história paraguaia alinhados com o discurso oficial. Constatamos que apesar das informações pertinentes, as narrativas históricas são insuficientes por si só para a reconstrução da história e que, para este processo, os textos de Roa Bastos são valiosos porque ensejam a reflexão sobre os eventos mediante outros enfoques. Portanto, somente a articulação de várias interpretações em torno de seu passado permitirá à humanidade chegar mais próximo da verdadeira história. |