Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2013 |
Autor(a) principal: |
Lima, Luana Santos de |
Orientador(a): |
Goldnadel, Marcos |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Palavras-chave em Inglês: |
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Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/10183/88326
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Resumo: |
A língua portuguesa falada no Brasil (PFB) apresenta uma variação na expressão da negação sentencial. Existem três estratégias: negação pré-verbal (Não quero bolo), dupla negação (Não quero bolo não) e negação pós-verbal (Quero bolo não). Fenômeno encontrado em várias línguas, a variação das estruturas de negação, em alguns casos, depois de um longo período, resulta em uma mudança nos padrões sentenciais, como ocorreu no francês e no inglês. Essa mudança dos padrões sentenciais de negação é chamada de Ciclo de Jespersen. Atualmente, além do português, outras línguas apresentam estruturas de negação sentencial alternativas que, embora apresentem na superfície mais de um operador negativo, são interpretadas como enunciados em que ocorre apenas uma operação de negação. Uma das questões focalizadas pelos estudos sobre a variação nas estruturas de negação sentencial nas línguas particulares, independentemente de se considerar que estejam passando pelo ciclo de Jespersen, é a que diz respeito à motivação para o surgimento de estratégias alternativas de negação. Na literatura, duas são as formas típicas de explicar o surgimento de negações não canônicas nas línguas. Certos autores tendem a interpretar o surgimento de novas estruturas negativas como uma forma de compensar o enfraquecimento fonético do operador de negação original. Outros consideram que as novas estruturas são determinadas por aspectos conversacionais. A verificação de hipóteses acerca da motivação para o surgimento de novas estruturas de negação beneficia-se da existência de registros de comunidades de fala que, por apresentarem um número reduzido de ocorrências de negações não canônicas, encontram-se em um estágio inicial de variação. Este trabalho procurar contribuir para a investigação da motivação para o surgimento de estruturas não canônicas de negação a partir da análise de dados encontrados em entrevistas sociolinguísticas realizadas no início da década de 90, no âmbito do Projeto VARSUL, com falantes das três capitais da Região Sul do Brasil. Partindo da consideração de hipóteses pragmáticas já apresentadas na literatura especializada, formula uma hipótese que procura explicar, com base nas análises realizadas, a função pragmática de enunciados com dupla negação no estágio inicial de uso. |