A dupla negação pré-verbal no catalão e no português brasileiro: história, variação e uso

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2017
Autor(a) principal: Souza, Paula da Costa
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8142/tde-08052017-095205/
Resumo: Na presente pesquisa, volta-se o olhar para a dupla negação pré-verbal, fenômeno de grande difusão nas línguas românicas e com ressonâncias nas variedades linguísticas do português brasileiro. Elementos como nada, nenhum e ninguém, entre outros, em determinados estágios das línguas românicas, eram apenas licenciados como negativos por meio de concordância com outro marcador negativo, p.e., não. Para entender, então, a maneira como esses termos negativos chegaram ao português brasileiro, propõe-se uma abordagem diacrônica e comparativa, além de se levar em consideração fatores não somente linguísticos, mas também, extralinguísticos. Dentre as línguas românicas que auxiliam, a partir de uma perspectiva comparada, no desenvolvimento deste trabalho, prioriza-se o catalão, dado que esta língua, segundo os estudos de Martins (2002), ao lado do romeno, é a que se mantém mais próxima da fase romance. Neste período, segundo a mesma autora, a concordância dos elementos apontados com um marcador negativo para expressar a negação pré-verbal era licenciado de forma opcional. Ao entrar em contato, então, com a língua catalã e, principalmente, ao cotejar os possíveis usos da negação nas variedades linguísticas do português brasileiro, suscita-se a hipótese de que catalão e português não se encontram em estágios tão distantes um do outro no que tange à realização da concordância negativa. Assim, ao tomar como modelo linguístico o catalão, no que tange à evolução do fenômeno, revisitam-se teorias fundamentais que abordam, de diversas maneiras, a evolução da negação nas línguas, não somente as românicas. Dessa maneira, não passa desapercebida a clássica teoria do Ciclo de Jespersen, especialmente revisitada em trabalhos atuais, como o de Zeijlstra (2004). Contudo, nota-se que, para a explicação da sobrevivência e manutenção do fenômeno nas variedades linguísticas do português brasileiro, teorias e análises meramente linguísticas não se fazem suficientes. Por isso, levam-se em consideração, também, fatores extralinguísticos, como os da abordagem Sociolinguística, para poder contemplar, de forma abrangente, a manifestação do fenômeno da dupla negação pré-verbal no português brasileiro, especialmente nas suas variedades linguísticas apartadas do modelo estândar.