Reconstrução mamária imediata em tempo único versus cirurgia em dois tempos : dezenove anos de experiência em uma única instituição

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Tomazzoni, Gabriela Dinnebier
Orientador(a): Damin, Andrea Pires Souto
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/213270
Resumo: Introdução: Dados sobre complicações pós-operatórias em mulheres submetidas a mastectomia e reconstrução imediata baseada em implantes são conflitantes entre as instituições. A segurança local é um dos principais tópicos na tomada de decisão sobre qual abordagem cirúrgica a ser empregada. A escolha final sobre a técnica de reconstrução deve ser individualizada e baseada em características da paciente e do tumor. Este estudo investigou a prevalência de perda de implantes e as complicações pós-operatórias, após a reconstrução mamária, imediata utilizando expansores versus prótese-direta. O objetivo secundário foi determinar se variáveis clínicas de interesse apresentavam associação com as complicações pós-operatórias. Método: Estudo transversal, retrospectivo, realizado através da coleta de dados em prontuário eletrônico de mulheres com mais de 18 anos, submetidas à mastectomia terapêutica ou profilática e reconstrução mamária imediata baseada em implantes, entre os anos de 2000 e 2019, no Serviço de Mastologia do Hospital de Clínicas de Porto Alegre/RS (HCPA), Brasil. Resultados: Foram analisadas 241 reconstruções mamárias, 127 (52,7%) no grupo expansor e 114 (47,3%) no grupo prótese. A taxa de retirada de implantes neste estudo foi de 10% e a taxa de complicações maiores foi de 15,8%. Em comparação à técnica clássica de reconstrução em 2 tempos com expansores, a reconstrução com prótese direta apresentou maior prevalência de remoção dos implantes (15,8% vs 4,7%, P= 0,008), após a mastectomia. O grupo prótese-direta também apresentou maiores taxas de complicações globais, necrose de pele ou do complexo aréolo-papilar, exposição do implante e infecção (66,7% vs 47,2%; 40,4% vs 22,0%; 12,3% vs 1,6%; 13,2% vs 3,9%, respectivamente), com significância estatística (P<0,05). Não foram identificadas correlações significativas entre as demais variáveis clínicas e a taxa de remoção dos implantes. Por outro lado, peso da mama, técnica nipple-sparing de mastectomia e radioterapia prévia à mastectomia mostraram-se diretamente relacionadas à taxa de complicações globais. Tabagismo apresentou relação direta com as complicações maiores. Conclusões: As técnicas de reconstrução mamária com próteses/expansores constituem uma opção segura na reconstrução imediata e, para cada técnica cirúrgica, devem ser tomadas decisões sensatas no que diz respeito à seleção das pacientes candidatas. Nesta série, o uso de expansores de tecido foi a técnica de reconstrução com melhores desfechos. Tamanho da mama, tabagismo e história de radioterapia prévia são fatores que merecem atenção especial na avaliação pré-operatória.