Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
1999 |
Autor(a) principal: |
Vinagre, Anapaula Sommer |
Orientador(a): |
Silva, Roselis Silveira Martins da |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/10183/268142
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Resumo: |
Com o objetivo de estudar o efeito do jejum e da realimentação sobre os processos de síntese de glicogênio, lipídeos totais e proteínas totais, foram administradas injeções de glicose-U-C14 e glicina-U-C14 em caranguejos Chasmagnathus granulata alimentados com a dieta rica em proteínas (RP). Após a injeção de glicose-U-C14, foram medidos: a radioatividade total e os níveis de glicose na hemolinfa; a formação de glicogênio-C14 no hepatopâncreas, nas brânquias e no músculo (quelípede) e a síntese de lipídeos totais-C14 no hepatopâncreas e no músculo. Após a administração de glicina-U-C14, foram determinadas a radioatividade total na hemolinfa; a formação de glicogênio-C14 e de proteínas totais-C14 no hepatopâncreas, nas brânquias e no músculo. A capacidade intrínseca de síntese de glicogênio e de glicose dos tecidos foi também estudada, in vitro, utilizando-se glicose-C14 ou glicina-C 14 como precursores. ln vitro a síntese de glicogênio a partir de glicose-C14 não foi afetada pelo jejum nem tampouco pela realimentação em nenhum dos tecidos estudados. ln vivo, somente verifica-se uma redução da capacidade de síntese de glicogênio, após a injeção de glicoseC14 , nas brânquias dos animais realimentados. No hepatopâncreas de caranguejos alimentados foi verificada uma elevada capacidade de síntese de lipídeos totais a partir de glicose-C 14, que não foi alterada pelo jejum e que aumentou significativamente durante a realimentação. Esta alta atividade lipogênica, aliada a alta concentração de lipídeos hepatopancreática, previamente observada neste caranguejo (Kucharski e Da Silva, 1991 A e B; Vinagre e Da Silva, 1992) sugerem que durante o processo de realimentação, o C14 da glicose seria desviado da síntese de glicogênio para a síntese de lipídeos. Após a administração de glicina-C 14, observa-se no tecido muscular uma diminuição da síntese de glicogênio no jejum e de síntese de proteínas na realimentação. Nas brânquias e no hepatopâncreas o jejum e a realimentação não afetaram a capacidade de síntese de glicogênio e de proteínas totais a partir de glicina-C14. A capacidade de síntese de glicogênio-C14 a partir de glicina-C14, in vitro, não foi alterada pelo jejum ou pela realimentação em nenhum dos tecidos estudados. A capacidade de conversão do C14 da glicina em glicose no músculo, aumentou significativamente durante a realimentação. Esses resultados sugerem que durante a restrição alimentar, a glicose proveniente da glineogênese muscular seria utilizada como substrato energético por esses animais. O efeito da remoção dos pedúnculos oculares sobre o metabolismo de carboidratos durante 6 dias de estresse hiposmótico (água destilada) foi estudado em animais alimentados com as dietas rica em proteínas (RP) ou rica em carboidratos (RC). Nesses experimentos, os pedúnculos oculares foram cirurgicamente removidos dois dias antes do início do estresse. Foram analisados os níveis de glicose circulante e de glicose livre e glicogênio no hepatopâncreas, nas brânquias e no músculo. Dois dias após a remoção dos pedúnculos oculares, a concentração de glicose hemolinfática diminuiu 30% nos animais RP e 60% nos RC em comparação aos níveis préoperatórios. Nesse momento, somente foram verificadas diferenças nos níveis de glicose livre nas brânquias anteriores de animais apedunculados RP com valores aumentados (p<0,05) em relação aos caranguejos intactos. Ao longo do estresse hiposmótico, foi observado um padrão diferencial do metabolismo de carboidratos relacionado à composição da dieta administrada ao caranguejo, conforme já havia sido observado por Da Silva e Kucharski (1992) e Oliveira e da Silva (1999), porém, foram encontradas poucas diferenças entre animais intactos e apedunculados. Estes resultados sugerem que, talvez, o CHH não seja o único hormônio capaz de manter os níveis glicêmicos durante o estresse osmótico. Vários autores sugerem que a serotonina, a dopamina, as encefalinas ou até mesmo fatores semelhantes à insulina possam estar envolvidos no controle da glicemia em crustáceos (Jaros, 1990; Fingerman e Nagabushanan, 1992;. Lüschen e cols., 1993; Morriss e Airriess, 1998; Kucharski e cols., 1998). Outra hipótese seria da existência de algum outro sítio de produção de CHH fora do pedúnculo ocular. De Kleijn e cols. (1995) já isolaram o RNAm do CHH no sistema nervoso ventral da lagosta Homarus americanus. Com o objetivo de avaliar o efeito do CHH sobre a glicemia de caranguejos Chasmagnathus granulata intactos e apedunculados alimentados com as dietas RP e RC, foram administrados aos animais meios provenientes da incubação dos pedúnculos oculares em solução salina. O meio resultante da incubação de 4 pedúnculos oculares foi capaz de causar elevação nos valores glicêmicos em animais intactos e apedunculados alimentados com a dieta RC . Em animais RP, somente foi verificado efeito hiperglicêmico após a administração de meios provenientes da incubação de 8 ou 12 pedúnculos. Esses resultados reforçam a teoria de que a concentração circulante de glicose controla a liberação de CHH por retroalimentação negativa proposta por Santos e Keller (1993b). Finalmente, foi testado o efeito de injeções das bioaminas serotonina e dopamina sobre a glicemia, em animais intactos e apedunculados alimentados com as dietas RC e RP. A serotonina causou efeito hiperglicêmico dose - dependente em animais intactos e apedunculados alimentados com ambas as dietas. A dopamina causou efeito hiperglicêmico em animais intactos dos grupos RC e RP e, em caranguejos apedunculados do grupo RC. Além deste efeito, também foram verificadas alterações posturais após a administração dessas aminas. A serotonina causou hipertonicidade da musculatura flexora, enquanto, a dopamina causou rigidez em extensão. Segundo Fingerman e Nagabushanam (1992) as bioaminas têm um papel importante no controle da postura em crustáceos. Mais estudos envolvendo estas bioaminas serão necessários para esclarecer melhor seus efeitos sobre os níveis de glicose circulante e sobre a postura do caranguejo C. granulata. |