Clarice Lispector e o contador de histórias : literatura, recepção e performance

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2015
Autor(a) principal: Frison, Samuel
Orientador(a): Tettamanzy, Ana Lúcia Liberato
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/134147
Resumo: Os contadores de história da contemporaneidade são bons ouvintes e ávidos leitores. O tema deste trabalho trata da recepção e performance da obra de Clarice Lispector pelo contador de histórias. Engloba aspectos afetivos da leitura do contador de histórias, a partir do material escrito, como parte de um repertório pessoal para a dimensão da movência como o professado por Paul Zumthor. Por tratar-se de uma pesquisa qualitativa, com perspectivas da recepção, utilizou-se a metodologia da "entrevista compreensiva" proposta por Maria de Lourdes Patrini. Os referenciais teóricos que discutem o papel do contador de histórias na cultura, a pesquisa de seu repertório, a movência do texto clariceano e sua performance são derivados do paradigma da ecologia dos saberes, proposto por Boaventura Santos. Portanto, o caráter dialógico e interdisciplinar desta pesquisa inclui áreas da literatura, das artes e das ciências humanas. São contemplados para as discussões autores como Mikhail Bakhtin, Leon Vigotski, Humberto Maturana, Regina Machado, Hans Robert Jauss entre outros. Por meio de questionário e de observação filmada sobre a experiência da performance com a comunidade de ouvintes, espera-se contribuir com a pesquisa da cultura oral das práticas do contador de histórias contemporâneo, apontando sua importância dentro dos estudos acadêmicos na área de Letras. Também se espera relevar a literatura infantil e juvenil de Clarice Lispector como um projeto inovador, uma vez que exige um leitor curioso para pensar as questões da existência, num processo sempre partilhado e interativo de escritura-leitura-contação. O resultado foi a percepção da identificação do contador com o texto clariceano que remonta muitas histórias e memórias de leitura e afetos. O texto clariceano revelou também a persona da escritora enquanto mãe e contadora, num diálogo muito próximo com o leitor-ouvinte mirim, renovando a concepção do gênero e mantendo uma relação de continuidade e inovação com seus antecessores.