Incidência e características de lesões por pressão: estudo de coorte entre pacientes adultos com e sem covid-19 em unidade de terapia intensiva

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Buffon, Marina Raffin
Orientador(a): Lucena, Amália de Fátima
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Palavras-chave em Espanhol:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/257265
Resumo: Introdução: A pandemia de covid-19 levou a um rápido aumento do número de casos de pacientes graves em unidade de terapia intensiva (UTI). Associado a isso, observou-se um aumento da incidência de lesão por pressão (LP) com mudança nas características dessas lesões, o que tem demandado estudos para melhor compreensão desse evento adverso. Objetivo: Comparar a incidência, características e fatores de risco de LP entre pacientes adultos com e sem covid-19 internados em unidade de terapia intensiva (UTI). Método: Estudo de coorte retrospectivo com abordagem quantitativa, realizado na UTI adulto geral e UTI covid-19 de um hospital universitário do Sul do Brasil, que foi referência para internação de pacientes graves durante a pandemia. Amostra total de 302 pacientes, sendo 151 no grupo com covid-19 e 151 no grupo sem covid-19. O pesquisador responsável do estudo e assistentes de pesquisa fizeram a coleta de dados retrospectiva em prontuário eletrônico, de março a julho de 2021. A análise dos dados se deu por meio do programa SPSS, versão 22. Foi realizada a regressão de Poisson, e considerou-se p < 0,05 como valor significante. Resultados: Houve prevalência do sexo masculino e idade média de 55 anos em ambos os grupos. Pacientes com covid-19 apresentaram maior nível de escolaridade; e maior incidência de LP (60,3%) em comparação aos sem covid-19 (35,8%). Além disso, desenvolveram LP cinco dias mais cedo em comparação aos sem covid-19. O estágio 2 de LP foi mais predominante nos dois grupos, e os locais mais acometidos foram a região sacral e glúteo. No entanto, pacientes com covid-19 tiveram estágios mais graves em comparação aos sem covid-19. Dos pacientes com covid-19, 68 (44,7%) deles necessitaram da manobra prona, após a qual 50 (73,5%) desenvolveram LP. O valor do Nursing Activities Score (NAS) classificado como muito elevado (≥ 100) foi encontrado em 63 (41,7%) dos pacientes com covid-19, ao passo que em 36 (23,8%) dos sem covid-19, sendo estatisticamente significante (p<0,001). As variáveis clínicas significantemente associadas (p<0,005) com a presença de LP, independentemente de ter ou não covid-19, foram “Obesidade”, “Braden ≤ 12” e “Tempo de sedação”. Conclusões: Pacientes com covid-19 tiveram maior incidência de LP, maior gravidade e desenvolveram LP em menor tempo que pacientes sem covid-19, com maior carga de trabalho à enfermagem. Todavia, as variáveis “Obesidade”, “Braden ≤ 12” e “Tempo de sedação” foram associadas ao desenvolvimento de LP independentemente de o paciente ter ou não covid-19, corroborando fatores de risco para LP já conhecidos na literatura.