Dois pra lá, dois pra cá : o Parthenon Litterario e as trocas entre literatura e política na Porto Alegre do século XIX

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2008
Autor(a) principal: Silveira, Cássia Daiane Macedo da
Orientador(a): Schmidt, Benito Bisso
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/14689
Resumo: Esta dissertação pretende analisar as variadas conexões possíveis entre literatura e política no século XIX, através do estudo de uma associação literária sediada na cidade de Porto Alegre, entre 1868 e 1885: a Sociedade Parthenon Litterario. A análise se centrou nos agentes sociais produtores de literatura, nas suas redes de relações e nas lógicas pelas quais articulavam tais redes. O objetivo foi compreender de que forma os vínculos constituídos em outras esferas não diretamente literárias eram acionados visando obter vantagens para a referida associação e seus membros; e como os vínculos mais especificamente literários, por sua vez, eram mobilizados a fim de conseguir benefícios (pessoais ou para um grupo) para outras esferas. Para dar conta deste objetivo, o trabalho foi dividido em quatro capítulos. O primeiro analisou os membros do Parthenon Litterario, com particular atenção a seus fundadores. Algumas trajetórias foram estudadas de maneira mais detida, com atenção para o “campo de possibilidades” que lhes estava aberto. No segundo capítulo, foram analisados alguns dos textos que circulavam na Revista da associação, através dos quais seus sócios procuravam firmar-se como pessoas autorizadas a julgar a literatura. O terceiro capítulo, por sua vez, tratou da lógica de relações mantidas pela Sociedade Parthenon Litterario, tanto internamente (entre os membros), quanto externamente (entre os membros e outras instâncias da sociedade). Por fim, no quarto capítulo, procurei compreender de que forma os próprios letrados abriam ou fechavam possibilidades de participação, por parte de outros literatos, na esfera de produção literária. Conseguiu-se perceber, assim, que a literatura constituía significativa moeda de troca nas relações sociais do Brasil oitocentista. O espaço de produção literária tinha importância também para outras instâncias sociais do período, como associações e partidos políticos, constituindo uma rede de relações que tornava impossível a existência autônoma da esfera de produção literária.