Expografia da ausência: a exposição da Galeria do Parthenon no Museu da Acrópole como uma narrativa para a repatriação

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Pires, Kimberly Terrany Alves
Orientador(a): Albuquerque, Fernanda Carvalho de
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/219148
Resumo: Esta pesquisa busca compreender como o rapto da cultura material é problematizado na atualidade pelo campo museal, a partir da análise da exposição proposta na Galeria do Parthenon, no Museu da Acrópole, que apresenta uma das coleções mais icônicas no cenário da repatriação: os Mármores do Parthenon. O trabalho identifica as estratégias expográficas presentes nessa proposta, que trazem à tona a sensibilização para o discurso da repatriação. O Museu Britânico, instituição que tem posse da maior parte da coleção dos Mármores do Parthenon, elabora um discurso de defesa e de permanência desses objetos por relacioná-los a artefatos da cultura universalista, enquanto o Museu de Acrópole, instituição que reivindica o retorno das peças ao território grego, defende a presença da coleção como importante elemento nacional e utiliza diversos argumentos para defender visualmente essa necessidade. A investigação centrou-se na metodologia de análise documental e bibliográfica, consultando fontes como livros, artigos, catálogo físico, site da instituição, visita virtual à exposição, vídeo institucional e filme. Para o embasamento teórico, foram trabalhados conceitos como o de patrimônio cultural, musealidade, exposição, curadoria e repatriação, contribuindo para estabelecer um diálogo com a produção de autores do campo da Museologia e do Patrimônio Cultural, como Cristina Bruno, Ivo Maroevic, Waldisa Rússio Camargo Guarnieri, Ângela Garcia Blanco, Marília Xavier Cury, Luiz Carlos Borges, Marília Braz Botelho, Karine Costa e Vasiliki Kynourgiopoulou. A investigação ressaltou a importância das exposições no contexto dos discursos sobre repatriação. Conclui que a construção do novo museu integra uma estratégia utilizada para neutralizar os argumentos contra a repatriação. Além disso, a experiência da exposição confronta a presença e a ausência dos elementos do patrimônio cultural. O Museu da Acrópole apresenta, assim, a ideia de uma expografia da ausência, criando uma relação única com a paisagem, arquitetura, espacialidade e a coleção, em uma proposta expositiva que constrói e reforça a narrativa sobre a necessidade da repatriação, influenciando movimentos semelhantes em outras instituições e países.