Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2012 |
Autor(a) principal: |
Gazolla, Marcio |
Orientador(a): |
Schneider, Sergio |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Palavras-chave em Inglês: |
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Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/10183/72252
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Resumo: |
O objetivo geral deste estudo foi investigar como os agricultores familiares constroem agroindústrias que conseguem produzir novidades, acessando mercados para os seus produtos e desenvolvendo interações com outros atores sociais, instituições e ações governamentais no contexto em que estão imersos. De maneira mais específica, as perguntas que guiaram a investigação foram: (a) Como surgem as agroindústrias em regiões de agricultura familiar já integrada aos mercados de grãos e commodities agrícolas? (b) Como os agricultores produzem novidades a partir das suas agroindústrias e constroem socialmente seus canais de comercialização e mercados? (c) Quais os papéis das ações governamentais e instituições reguladoras dos alimentos junto às agroindústrias familiares? Para atingir este objetivo e responder a estas questões, foram utilizados dois enfoques teóricos: a Perspectiva Orientada aos Atores e a abordagem Multinível e Coevolucionária, associada à noção de produção de novidades. A investigação foi baseada em metodologia quali-quantitativa, com o uso de dados primários e secundários. Os principais instrumentos de coleta de informações qualitativas e dados primários foram 23 entrevistas semiestruturadas, observação participante e diário de campo. Como fonte de informações secundárias e dados quantitativos figuram os do IBGE, FEE e de instituições e entidades sociais que fizeram parte do estudo. A pesquisa foi desenvolvida na Região do Médio Alto Uruguai, porção ao Norte do território do Rio Grande do Sul (RS), onde foram investigadas sete experiências de agroindústrias familiares. Os principais resultados da investigação se dirigem a quatro direções conclusivas. Primeiro, as agroindústrias familiares produzem novidades em ternos de novos produtos/processos de fabricação de alimentos, tecnologias, canais de comercialização e organizações sociais coletivas como a RECOSOL (Rede de Comercialização Solidária das Agroindústrias Familiares). Segundo, os principais canais de comercialização construídos são as vendas diretas agricultor-consumidor, vendas em eventos, pontos formais de comércio, cadeias longas, institucionais e os circuitos coletivos e em redes. Terceiro, a principal novidade descoberta no estudo é organizacional, sendo constituída pela RECOSOL, suas cooperativas e associações membros. Estas novidades produzidas pelas agroindústrias geram tanto transições no regime sociotécnico alimentar, como incrementos, desempenhando papéis duplos. Como quarta evidência da pesquisa, conclui-se que as ações institucionais são dúbias em relação ao apoio prestado às agroindústrias. Há partes do Estado que incentivam as experiências como o Programa Territórios Rurais e da Cidadania, o PRONAF (Agroindústria e Custeio e Comercialização para as Agroindústrias) e o Programa de Agroindústria Familiar (PAF/RS). Por outro ângulo, há instituições do mesmo Estado que elaboram regras e normas restritivas ao desenvolvimento e formalização das agroindústrias, inclusive agindo via aplicação de sanções às experiências. |