Transformaciones en los territorios tradicionales mapuche en la región de la Araucanía, Chile

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Obreque Moncada, Cecilia Belén
Orientador(a): Coelho-de-Souza, Gabriela
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: spa
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Espanhol:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/183053
Resumo: As transformações sociais, políticas e culturais do povo indígena Mapuche, produzidas principalmente pelo fenômeno da colonização-globalização, têm tensionado significativamente seus territórios tradicionais e a manutenção de seus modos de vida. Esse tensionamento, decorrente do posicionamento do Estado chileno em relação aos mapuche, acarreta uma condição de exclusão, discriminação e, atualmente, criminalização frente à sociedade. Esse processo de exclusão, conforme Rodolfo Stavenghagen é caracterizado como etnocídio, sendo combatido por instrumentos internacionais como a Convenção 169 da OIT, de 1989. Neste contexto, o objetivo desta dissertação é compreender as transformações ocasionadas por relações historicamente estabelecidas entre o Estado e o povo mapuche, que está ocorrendo nos territórios tradicionais, a partir de suas vozes, na província de Malleco, região da Araucanía, Chile. Os objetivos específicos são: a) realizar um registro cartográfico das principais mudanças que têm ocorrido nos territórios tradicionais mapuche, desde 1973 até 2014; b) examinar a forma como a relação conflitiva entre o Estado e o povo mapuche é (in)visibilizada; c) Analisar as transformações nos territórios tradicionais e o conflito territorial mapuche, considerando a visão de alguns atores-chaves, como a voz do povo mapuche. A pesquisa tem caráterqualitativo, utilizando análise cartográfica, documental e qualitativa. O trabalho de campo foi realizado durante os meses de janeiro a junho de 2017, visitando comunidades da IX e XII região, especialmente na zona de Malleco, denominada zona vermelha do Chile. Foram realizadas diferentes entrevistas com membros das comunidades e lideranças, analisadas por conteúdo. A principal atividade econômica rural na região de La Araucanía é o monocultivo arbóreo, que traz impactos ao solo, água e biodiversidade dos territórios tradicionais provocando distintas mudanças, a mais significativa foi a abrupta diminuição do bosque nativo, evidenciando uma perda total de 90,6% deste dentro do território mapuche. Efetivamente o sul do Chile sofreu mudanças no espaço geográfico desde a chegada dos espanhóis, o que provocou conflitos etnoterritoriais, o chamado conflito mapuche. Entretanto, segundo a visão mapuche, o povo mapuche não tem um conflito com o Estado, o Estado é que tem com o povo. Esse processo revela uma relação conflitiva entre o Estado e o povo mapuche, onde visivelmente as empresas de celulose têm o apoio do Estado para seguir com o processo de expropriação dos territórios tradicionais. A (in)visibilidade desse processo aparece na mídia, ora por meio da falta de notícias sobre a condição do povo mapuche e de seus territórios, ora a partir da publicação enfática dos atos de manifestação e repúdio ao processo vivenciado, criminalizando-os como terroristas. A pesquisa evidenciou que o povo mapuche historicamente tem vivenciado a expressão de um modelo de desenvolvimento, fruto de uma relação colonial reproduzida na atualidade pelo Estado-Nação. Nela se estabelecem relações desiguais e impositivas, as quais o povo tem encontrado formas de resistência e de adaptação, embora estas transformações têm modificado significativamente seus territórios e modos de vida.