Uma abordagem evolucionária de sistemas de relações de trabalho : o processo de co-evolução entre tecnologias e as instituições do trabalho

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2014
Autor(a) principal: Costa, Rodrigo Morem da
Orientador(a): Horn, Carlos Henrique Vasconcellos
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/103899
Resumo: Esta tese estabelece uma abordagem evolucionária de sistemas de relações de trabalho (SRT- e), a qual consiste em propor uma ferramenta analítica que possibilite estudar as mudanças em sistemas de relações de trabalho ao longo do tempo como um processo evolutivo movido pelos avanços tecnológicos. Para esse intuito, o modelo de SRT desenvolvido por John Dunlop foi tomado como base, sendo modificado para compatibilizá-lo com as contribuições da Teoria Evolucionária. A alteração foi feita no sentido de tornar endógena ao modelo as fontes de geração de variedade no SRT desenvolvido por Dunlop, através de uma maior centralidade da firma, como aquela que desenvolve e introduz novas tecnologias na economia para obter vantagem competitiva em seu processo de concorrência no mercado, e da alteração na concepção do contexto do sistema de relações de trabalho. Desse modo, a mudança proposta permite que o nexo entre tecnologias físicas, rotinas organizacionais (tecnologia social), formas de regulação das relações de trabalho constantes nas regras (tecnologia social) e a teia de regras do SRT-e (instituições) seja estabelecido, consistindo no uso da “ponte” entre tecnologias e instituições, conforme sugerida por Richard Nelson. Com base na ferramenta de análise de SRT-e, o esforço teórico da tese foi, também, o de identificar como ocorre o alinhamento entre as inovações tecnológicas de um novo paradigma tecno- econômico e as instituições das relações de trabalho. Para tanto, foi explorada a ideia da “ponte” proposta por Richard Nelson, identificando do ponto de vista teórico, como ocorre a compatibilização entre as tecnologias e as instituições das relações de trabalho, que se constitui em um dos principais alinhamentos ao pleno estabelecimento de um novo paradigma tecno-econômico, ao permitir a efetividade de exploração do potencial de desenvolvimento econômico de um dado país. A proposta da tese está centrada em quatro áreas de pesquisa: relações de trabalho, teoria institucional, organização industrial e economia da tecnologia. Nessas áreas, o embasamento teórico é dado pelos campos de Industrial Relations e pela Economia Evolucionária: Neoschumpeteriana e Neoinstitucionalista. Em relação ao primeiro, é feita uma descrição desse campo de estudo e a apresentação do modelo de análise de relações de trabalho de John T. Dunlop, tal como proposto originalmente na sua obra Industrial Relations Systems, publicada em 1958. Indicam-se as suas propriedades e também as suas limitações para tratar com a mudança em relações de trabalho em sentido evolutivo. É sobre esse modelo que se aplica os construtos teóricos daquelas outras duas correntes que compõem a Teoria Evolucionária para torná-lo, então, um Sistema de Relações de Trabalho evolutivo (SRT-e). O esforço teórico consiste em modificar o modelo de SRT dunlopiano para assimilar e adaptar os princípios da teoria da evolução de Darwin. Os princípios darwinianos de uma abordagem evolucionária são a ocorrência endógena ao modelo de: variedade, seleção e herança. Da Teoria Neoschumpeteriana se toma emprestado a concepção de concorrência schumpeteriana, da tecnologia como um determinante básico da dinâmica da economia capitalista, da firma como a instituição que introduz as novidades tecnológicas no sistema, bem como o conceito de paradigma tecno-econômico, para explicar como os avanços tecnológicos modificam o SRT-e. A Teoria Neoinstitucionalista contribui com o conceito de instituição, na sua influência na vida econômica e para dar efetividade às inovações que são lançadas na economia. É feita, então, uma junção de conceitos dessas duas correntes de modo a mostrar como é feita a co-evolução entre as tecnologias e as instituições das relações de trabalho.