Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2011 |
Autor(a) principal: |
Tomazoni Neto, Francisco |
Orientador(a): |
Remus, Marcus Vinicius Dorneles |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/10183/62056
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Resumo: |
O Depósito de classe mundial de níquel laterítico do Jacaré (495Mt @ 1,19% Ni) localizase cerca de 52 Km em linha reta, a NNE do município de São Félix do Xingu/PA - Província Mineral de Carajás. O depósito ocorre em rochas essencialmente duníticas e gabróicas magmaticamente acamadadas, com níveis peridotiticos e/ou piroxeníticos subordinados. Os horizontes saprolíticos são, de fato, os portadores das maiores concentrações de Ni e estas, por sua vez, apresentam os minerais do grupo da serpentina como seus detentores principais, entre eles a lizardita, antigorita e crisotilo, com texturas não-psudomórficas (e.g. interpenetrating, interlocking), pseudomórficas (hourglass e minoritariamente mesh) e veios. Todavia, ficou clara a participação dos minerais oxidados como goetita ( FeO.OH) e hematita ( Fe2O3) nas zonas de alta concentração de Ni nos horizontes saprolíticos, onde este elemento se ligou de forma absorvida e/ou adsorvida junto aos minerais supra-citados. À medida que ascende no perfil, os minerais oxidados passam a compor a grande maioria da mineralogia, sendo responsáveis pela fixação do Ni nos horizontes de forma inversamente proporcional a diminuição do pH no ambiente, onde a aeração é tal que a oxidação não permite mais a fixação do Ni2+ com o Fe3+ , o que o deixa móvel novamente no sistema. Quanto mais próxima da superfície, em zonas secas de caráter ácido, o processo de oxidação vai enriquecendo o sistema em ferro e formando nódulos e carapaças lateríticas, podendo evoluir até "chapéu de ferro" (bloco sul). O processo de oxidação e redução foi favorecido pelas estruturas, uma vez que permitem maior percolação de fluidos meteóricos até a zona de oxi-redução, acarretando a maior concentração de Ni ligado de forma preferencialmente adsorvida nos gels de Si-Fe e, principalmente, nos óxidos e proto-óxidos. Em contrapartida, as chamadas concentrações de "minerais garnieríticos", apesar de existirem no depósito, não se repetiram nas análises da presente dissertação, o que descarta esta possibilidade como portadora principal das zonas de alto teor em Ni, bem como argilominerais do grupo das esmectitas. Assim, apesar da alta concentração de Ni estar associada às zonas saprolíticas, o que respeita a rota pirometalúrgica para a produção da liga ferro-níquel, existe marcante concentração de níquel em meio aos óxidos e hidróxidos existentes nestes mesmos horizontes, o pode impactar diretamente no processo de pré-calcinação e calcinação do material em escala de planta, uma vez que o consumo de energia para realizar tal atividade pode ser aumentado consideravelmente, acarretando em custos adicionais de operação. As lateritas silicosas e ferruginosas não apresentaram divergências na sua composição química ou mineralógica quando comparadas aos depósitos minerais de mesma característica conhecidos mundialmente, assim, podendo ser inseridas nas rotas hidrometalúrgicas. A dinâmica e consecutiva evolução geomorfológica do Depósito do Jacaré mostra que a área se encontra em franco desenvolvimento de uma segunda inversão de relevo, onde o bloco sul teve boa parcela de sua massa inicial erodida e mostra desenvolvimento de "capa e ferro", enquanto a porção norte passa por processo de dessilisificação, formação de horizontes ferruginosos na zona de oxi-redução e forte dissecação do seu relevo. |