Jornalismo cultural e personalização: o acionamento do perito nas capas da revista Bravo! (1997-2013)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2016
Autor(a) principal: Cavalcanti, Anna de Carvalho
Orientador(a): Golin, Cida
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/133747
Resumo: Esta dissertação tem como objetivo identificar de que forma a revista Bravo! (1997-2013) acionou o sujeito perito na capa, espaço emblemático de consagração. Compreendemos o jornalismo como sendo capaz de estabelecer hierarquias, conceder visibilidade e prestígio, estabelecendo, assim, o que deve ser lido, visto e assistido, ou seja, o que é relevante, de acordo com seus critérios. O jornalismo cultural, enquanto especialidade jornalística, reafirma também seu lugar de suposto sistema perito, a partir da confiança do leitor, silenciando ou consolidando valores culturais a partir de seus locais de maior visibilidade, como as capas de revista. Entendendo esse espaço como um lugar consagrado e consagrante, voltamos nosso olhar a quem nele se destaca, sujeitos que resguardam uma suposta excelência técnica e valores canônicos. Com o aporte da Análise de Conteúdo (AC), realizamos um mapeamento das 192 edições da revista, verificando o conteúdo das capas a partir da definição de segmento (música, cinema, literatura, artes visuais, teatro e dança), pessoas contempladas na primeira página, temática e gancho temporal jornalístico, o que resultou em uma panorâmica editorial sobre os principais temas e sujeitos abordados. A partir dessa primeira visada, delimitamos o corpus de 124 capas em que constam somente pessoas. A análise panorâmica mostrou que música foi o segmento mais personalizado, seguido por livros, cinema, teatro, artes visuais e dança. Além disso, percebemos que a lógica do evento, gancho jornalístico de maior incidência, tende a se vincular com pessoas que já possuem prestígio em seu campo de atuação. Junto à descrição quantitativa por segmento cultural, partimos para a leitura qualitativa em profundidade de onze capas que representam tendências do conjunto. Os resultados indicam que, enquanto instância de legitimação desses peritos, Bravo! se utilizou de critérios editoriais específicos para escolher a personalidade de capa, agregando para si os valores associados de quem elegeu, seguindo a lógica da personalização. Ao criar um espaço consagratório em sua primeira página, a revista reafirma a encenação do superlativo, que articula a imagem do rosto, as chamadas, o título e o nome da publicação, como uma forma de acionamento do perito.