Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2014 |
Autor(a) principal: |
Ribeiro, Daiane Bertasso |
Orientador(a): |
Benetti, Márcia |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Palavras-chave em Inglês: |
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Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/10183/95065
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Resumo: |
O objetivo geral desta pesquisa é compreender o ethos discursivo (imagem de si) das revistas semanais de informação brasileiras Veja, Época, IstoÉ e CartaCapital construído nas capas e nos editoriais. Partimos do pressuposto de que o discurso jornalístico funciona por meio de um contrato de comunicação entre os seus interlocutores, sendo o ethos discursivo constitutivo da condição de identidade (“quem fala para quem”) desse contrato. A questão que buscamos responder é: que imagens de si as revistas semanais de informação constroem em suas capas e seus editoriais e o que isso significa na afirmação do contrato de comunicação? Para respondê-la, analisamos 96 textos coletados durante um ano. Adotamos a perspectiva teórico-metodológica da análise do discurso, desenvolvendo estes aspectos da problematização: a) identificamos os sentidos sobre si construídos na relação com o outro (o leitor, os atores de outros campos sociais, as revistas concorrentes e os demais sujeitos do campo jornalístico); b) mapeamos os sentidos sobre si que remetem à linha editorial e aos princípios e valores do jornalismo; c) refletimos sobre a importância do ethos discursivo na afirmação do contrato de comunicação. Como resultado, identificamos sete núcleos de sentidos que as revistas constroem sobre si mesmas: 1. Sei o que é o “bom jornalismo” e o “mau jornalismo”; 2. Sei o que é do seu/nosso interesse; 3. Sei o que é novo e atual; 4. Sei, porque fiz um trabalho rigoroso; 5. Sei, porque estava lá; 6. Sei, porque busquei o melhor especialista; 7. Sei como expressar diversos temas. Concluímos que há dois núcleos de sentidos predominantes em todas as revistas, nesta ordem: 7. Sei como expressar diversos temas e 5. Sei, porque estava lá. Outro núcleo predominante em duas revistas (Veja e IstoÉ) é 3. Sei o que é novo e atual. Três núcleos predominam em apenas uma das revistas: 2. Sei o que é do seu/nosso interesse (Época), 1. Sei o que é “bom jornalismo” e o “mau jornalismo” (CartaCapital) e 4. Sei, porque fiz um trabalho rigoroso (IstoÉ). Ao fim da pesquisa, nos questionamos sobre o significado do ethos discursivo na afirmação do contrato de comunicação e percebemos que ele está presente não somente na condição de identidade (“quem fala para quem”) do contrato, como também nas condições de finalidade (“para quê se diz”), de propósito (“o que se diz”) e de dispositivo (“em que condições se diz”), além dos modos de dizer, o “como se diz”. Ethos discursivo e contrato de comunicação são constitutivos um do outro e estão interligados pela situação de comunicação. A pesquisa mostra que as revistas semanais de informação brasileiras constroem, sobre si mesmas, sentidos que reafirmam dois compromissos principais com os leitores: narrar a realidade e autenticá-la (sei, porque estava lá) e tratar de modo criativo e adequado (sei expressar diversos temas) a ampla gama de assuntos que, segundo o contrato de comunicação, deve fazer parte de uma revista semanal. |