Qualidade do solo após a conversão de campos nativos para agricultura no Pampa

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Machado, Jéssica Maciel
Orientador(a): Tornquist, Carlos Gustavo
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/266153
Resumo: Mesmo apresentando aptidão natural para produção pecuária e outros usos da terra conservadores da biodiversidade campestre, os campos do Pampa vem sendo convertidos para usos intensivos como a sojicultura. Aconversão de uso do solo pode alterar o equilíbrio ecossistêmico, levando a redução da qualidade do solo (QS). O objetivo deste estudo foi investigar os impactos causados pela mudança de uso da terra no bioma Pampa sobre a QS. Para isso, foram realizadas análises físicas: granulometria e densidade do solo, em seis profundidades amostrais; químicas: teores de C e N totais, estoques de C orgânico (ECOS) e estoques de N totais (ENTS); e biológicas: respiração basal do solo, carbono da biomassa (Cmic), quociente metabólico (qCO2) e microbiano (qMic), e atividade das enzimas urease e hidrólise de diacetato de fluoresceína (FDA), na profundidade de 0-5 cm. As amostras de solo foram coletas em áreas de campo nativo e lavouras em sistema plantio direto, compondo um par (campo x lavoura). Estes pares estavam localizados em cinco sítios, Jarí, Alegrete, Santo Antônio das Missões, São Gabriel e Aceguá, situados no bioma Pampa. Nenhum dos parâmetros analisados apresentou diferença significativa entre os usos do solo, apenas entre os sítios. Os valores médio de ECOS na área de campo nativo foi de 28,7; 48 e 63,7 Mg ha-1 e em SPD 24,7; 43,1 e 59 Mg ha-1, nas profundidades de 0-10, 0-20 e 0-30, respectivamente. Quanto às análises biológicas, apenas o quociente microbiano do solo (qMic) apresentou diferença estatística, nas áreas de campo o quociente observado foi de 3,42% e nas áreas em SDP de 2,55%. Demonstrando uma redução na eficiencia de utilização do material orgânico aportado pelas comunidade microbianas presentes nas áreas que passaram pela conversão, bem como uma possível reação ao estresse provocado pela atividade agrícola. Embora não tenham sido verificadas diferenças significativaspara os demais indicadores de QS analisados, foi possível verificar uma superioridade da atividade biológica das áreas de campo em comparação às áreas de lavoura. Especialmente para a respiração basal, que foi de 7.224,7 mg CO2.kg -1 em campo e 5.935,1 mg CO2.kg -1 em SPD, apresentando um qCO2 de 4,04 e 4,91 mg CO2.g-1 BMS-C.h-1 , respectivamente. Apesar de serem observadas diferenças pontuais entre sítios, a conversão de áreas de campo nativo em lavoura não provocou redução na qualidade do solo. Pelo índice de qualidade do solo foi verificada uma pequena redução de 7% da QS nas áreas convertidas, sendo os indicadores biológicos os mais sensíveis a mudanças no uso das terras.