Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2023 |
Autor(a) principal: |
Salvagni, Edila Pizzato |
Orientador(a): |
Carvalho, Paulo Roberto Antonacci |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Palavras-chave em Inglês: |
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Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/10183/276539
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Resumo: |
Introdução: Em relação a mortes infantis inesperadas, sem doença pregressa, sem ferimentos indicativos de agressão, contexto familiar e situação social desconhecidos, dever-se-ia considerar a possibilidade que não tenham ocorrido de forma não intencional. Mortes por atos de comissão ou omissão - neonaticídio, infanticídio e filicídio - foram investigados através da perspectiva das mães que vivenciaram estes óbitos. Objetivos: Analisar óbitos de crianças menores de cinco anos de idade no município de Porto Alegre, decorrentes de Causas Externas de Morbidade e Mortalidade, conforme a Classificação Internacional de Doenças (CID 10) e relacioná-los com violência contra a criança. Identificar, nas histórias familiares e vivências maternas, situações que contribuíram para as mortes como injúrias intencionais e não intencionais. Métodos: A pesquisa baseou-se em relatórios do Sistema de Informação de Mortalidade (SIM), dados estatísticos da Secretaria Municipal de Saúde de Porto Alegre (SMSPA). Através deles, foram recuperados dados de crianças de zero a cinco anos de idade falecidas no município de Porto Alegre, entre 2014 e 2016, registradas como “Causas Externas de Morbidade e Mortalidade e Lesões, Envenenamentos e Algumas Outras Consequências de Causas Externas – CID10”. O estudo foi realizado através de abordagem metodológica mista: quantitativa para caracterização da população estudada e qualitativa pela História Oral Temática e análise de corpus textual, através do cálculo de frequência de palavras (Nuvem de Palavras) e do nível de complexidade maior pela Classificação Hierárquica Descendente (CHD). Pelo componente quantitativo identifiquei 42 famílias com óbitos de filhos no período em estudo e localizei 13 mães que concordaram em participar da pesquisa. A coleta de dados, por entrevistas, foi realizada nas UBSs mediante roteiro semiestruturado aliada à observação das pessoas entrevistadas. O roteiro da entrevista incluiu 34 perguntas sobre antecedentes gestacionais maternos, pré-natais da criança, ambientais e familiares. Através da recuperação das histórias maternas, familiares e contextuais do ocorrido, buscou-se elucidar a respeito de filicídio, visando respostas acerca da motivação dos óbitos ocorridos por injúrias intencionais e não intencionais. Resultados: O estudo destacou a necessidade de reconhecer o impacto das experiências adversas, vivências traumáticas e transgeracionais nas histórias de mães de crianças mortas por injúrias intencionais expressas no filicídio e não expressas, mas presentes nas mortes por injúrias não intencionais. Realizei entrevista semiestruturada e observação das mães, explorando contextos de vida, relações parentais e íntimas. Os encontros foram benéficos para mães ainda enlutadas, apesar do tempo decorrido, proporcionando efeito terapêutico. Conclusões: Os efeitos adversos sofridos podem se exteriorizar pelo ato intencional concreto e confesso do filicídio ou pela intencionalidade, revestida de não intencionalidade, como forma de resolver vivências traumáticas. É essencial que os profissionais de saúde reconheçam os efeitos deletérios que decorrem destas vivências, proporcionem escuta atenta, sem julgamento, auxiliem estas mães a amenizar seus sofrimentos e a estabelecer laços saudáveis de relacionamento com seus filhos, visando proteção das crianças e prevenção de novos óbitos. |