De onde vem e para onde vai ? : análise da mastofauna recebida em empreendimentos de uso e manejo de fauna silvestre no Estado do Rio Grande do Sul

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Silva, Fernanda Ribeiro da
Orientador(a): Tirelli, Flávia Pereira
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/212890
Resumo: A biodiversidade global sofre grandes alterações em resposta a uma complexa rede de mudanças no ambiente causadas pela espécie humana. Tais modificações nas áreas naturais podem ocasionar conflitos e acidentes entre a fauna nativa e os humanos. O presente estudo tem como objetivo avaliar as formas de entrada e o destino final da mastofauna que chega aos empreendimentos de uso e manejo de fauna silvestre no Rio Grande do Sul (RS). Foram avaliados 12 empreendimentos, totalizando de 3020 indivíduos de mamíferos entre os anos de 2015 a 2017. A principal forma de entrada dos indivíduos foi a entrega voluntária com 55,7% (n=1681), seguido de resgate com 36,1% (n=1091) e transferência entre empreendimentos, 3,9% (n=119). As demais categorias – apreensão e situações indefinidas - corresponderam a 4,3%. Dentre os conflitos antrópicos, o conflito filhotes ocorreu em 50,1% dos casos seguidos da categoria indefinidos. Foram identificadas nove ordens de Mammalia: Didelphimorphia (70,2%), Primates (7,5%), Carnivora (7,4%) foram as mais observadas. Dentre as nove ordens, foram registradas 23 famílias e 53 espécies (nativas, exóticas e domésticas). Os óbitos compuseram mais de metade das destinações (51,3%), seguidos das solturas (26,3%) e das destinações indefinidas. A partir dos indivíduos nativos (n=2029), foram observados que as relações entre os dados de entrada e conflitos antrópicos foram significativamente diferentes (x2=1875, df=18, p< 0,01), existindo uma maior relação entre as categorias de entrada entrega voluntária e resgate com a categoria de conflito filhotes. Excluindo Didelphimorphia, não foram observadas relações significativas entre razão de entrada e conflitos antrópicos (x2=362.16, df=18, p= 0,2), mas é possível observar uma tendência de relação entre resgate e entrega voluntária com filhotes. Com relação a tomada de decisão, o número de dias em cativeiro teve influência negativa para a soltura (p<0,05) incluindo ou excluindo a ordem Didelphimorphia. Com relação a soltura, a ordem Didelphimorphia teve influência positiva (p<0,05) e a ordem Primates, influência negativa, e, ter a determinação do sexo nas fichas (tanto machos, como fêmeas) teve influência positiva (p<0,05). Excluindo a ordem Didelphimorphia, (n=354) a condição de saúde indefinida possui relação positiva sobre a soltura (p<0,05). Dentre os resultados gerados no presente estudo estão a compilação de informações de uma maneira centralizada, permitindo uma visualização mais próxima da real situação do processo de recebimento e destinação da mastofauna no Estado do RS. Também foram observadas as seguintes questões: uma relação diferente entre as formas de entrada da mastofauna com os diferentes conflitos antrópicos; uma compreensão de possíveis fatores que influenciam na tomada de decisão entre manter os animais em cativeiro ou devolvê-los ao local de origem; a falta de conhecimento de locais que possam ser utilizados para a soltura desses indivíduos; a falta de registro de informações muito importantes sobre os indivíduos, fato esse que influencia também na tomada de decisão do destino final de cada indivíduo e por fim, a falta de investimento nos empreendimentos existentes e em novos empreendimentos leva a um desvio de função com relação às categoria pré-determinadas na legislação. Ainda, devolvemos sugestões para facilitar a gestão de fauna no estado, como uma ficha e tabela padrão para ser utilizada pelos empreendimentos.