Linguagem e transtorno do espectro autista : aquisição e perda das primeiras palavras

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2016
Autor(a) principal: Backes, Bárbara
Orientador(a): Bosa, Cleonice Alves
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/186102
Resumo: Uma parcela significativa de crianças com Transtorno do Espectro Autista (TEA) é acometida pela regressão desenvolvimental, definida como a perda de habilidades previamente adquiridas. A perda de palavras, especificamente, tem se mostrado característica de crianças com TEA e vem sendo destacada como um potencial sinal de alerta para o transtorno. Desta forma, a presente pesquisa teve como objetivo geral investigar a aquisição e a eventual perda de palavras em indivíduos com TEA, sendo desenvolvidos três estudos complementares. O primeiro deles objetivou revisar, sistematicamente, a literatura acerca da regressão de linguagem no TEAe identificou que há pelo menos 30 anos esse fenômeno vêm chamando a atenção de pesquisadores, o que resultou no refinamento atual da definição operacional da regressão de linguagem. Contudo, foram percebidas lacunas teóricas e metodológicas, principalmenteem relação à investigaçãoda qualidade do desenvolvimento infantil anteriormente à perda e à falta de clareza sobre os princípios teóricos que embasam o fenômeno. O segundo estudo objetivou investigar a especificidade da regressão de linguagem nos casos de TEA, examinando a aquisição das primeiras palavras e sua eventual perda em três grupos de indivíduos: com TEA, com síndrome de Downe sem relato de atraso no desenvolvimento sociocomunicativo. Os resultados demonstraram que a perda de palavras foi significativamente mais frequente no grupo com TEA, ocorrendo, em média, em torno do segundo aniversário da criança. Finalmente, o terceiro estudo focou uma questãopouco investigada nesta área: a validação do relato parental acerca da ocorrência da perda de habilidades no TEA (i.e., palavras, interação social e brincadeira) por meio da análise de vídeos domésticos de um menino com o referido transtorno, gravados antes da perda. Foi possível identificar 171 episódios envolvendo os comportamentos investigados, incluindo palavras, predominantemente utilizadas em situações comunicativas. Portanto, os resultados validaram as informações parentais sobre a ocorrência da perda de palavras e de outras habilidades, além de fornecerinformações adicionais sobre as características do comportamento da criança antes da perda. Desse modo, tomados em conjunto, os achados dos estudos desenvolvidos demonstraram que: a) há evidências suficientes para que a regressão de linguagem, e mais especificamente a perda de palavras, desponte como um sinal de alerta para o TEA; b) os relatos parentais acerca da ocorrência desse fenômeno podem constituir uma fonte válida de informação; e c) a abordagem sociopragmática auxilia na compreensão teoricamente embasada da perda de habilidades.