Análise linguística no livro didático de português : há espaço para a centralidade do texto?

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Lazzery , Natally Lauthart
Orientador(a): Simões, Luciene Juliano
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/271948
Resumo: Esta dissertação objetiva, incialmente, analisar a coleção didática de língua portuguesa do Programa Nacional do Livro e do Material Didático (PNLD) / 2020 mais adotada pelas escolas brasileiras, a fim de descobrir a maneira como o trabalho com a Análise Linguística é desenvolvido no decorrer das obras. Com isso, pretendemos descobrir se o que é desenvolvido pelos livros auxilia no aprimoramento da leitura e da escrita; ou seja, se o que se apresenta é, de fato, prática de Análise Linguística de acordo com a perspectiva de Geraldi (2012, 2013). Nossas reflexões basearam-se nos pressupostos teóricos de Geraldi (1996, 2012, 2013) e Mendonça (2006), os quais foram relacionados com o que é trazido pelos documentos oficiais e com os conceitos do círculo de Bakhtin (BAKHTIN, 2011) e Volóchinov (VOLÓCHINOV, 2017) de língua, linguagem, gênero discursivo e enunciado. No que concerne à metodologia, esta é uma pesquisa de caráter documental com abordagem qualitativa, que conta com a etapa exploratória e a interpretativa. Iniciamos com a análise exploratória, a qual possibilitou uma maior aproximação do objeto de estudo, fazendo-nos entender como era estruturada a coleção. A partir dessa primeira análise, foram criadas categorias para que pudéssemos analisar as seções que tratavam de conhecimentos linguísticos trazidos pelos livros didáticos. Para as primeiras seções, Reflexão sobre o uso da língua, foram criadas as categorias Trabalho simultâneo com atividades epilinguísticas e metalinguísticas X Trabalho predominantemente metalinguístico. Com isso, selecionamos as seções em que havia um trabalho simultâneo com atividades epilinguísticas e metalinguísticas e as analisamos de acordo com outras categorias criadas a fim de compreender quais delas eram organizadas a partir do percurso metodológico uso-reflexão-uso. Como resultado, descobrimos que a maior parte das seções era predominantemente metalinguística, mas a maioria das que realizavam um trabalho simultâneo com a metalinguística e a epilinguística, também conseguiam se organizar a partir da tríade uso-reflexão-uso. Ademais, submetemos a subseção Linguagem do texto a uma análise com a intenção de verificar em quais seções o trabalho desenvolvido ia para além dos estudos do léxico. Constatamos que, na grande maioria das vezes, o trabalho desenvolvido não se restringia ao léxico, e a partir disso, analisamos novamente a subseção a partir dos mesmos critérios a que submetemos a seção Reflexão sobre o uso da língua e descobrimos que a Linguagem do texto está muito mais próxima do que entendemos por Análise Linguística. Nas considerações finais, sinalizamos a importância de pesquisas que demonstrem, na prática e de forma sistematizada, como fazer o que entendemos por Análise Linguística e destacamos alguns conteúdos linguísticos/gramaticais que apareceram com frequência nos livros didáticos em seções organizadas pelo percurso metodológico uso-reflexão-uso. A partir disso, apontamos para futuras pesquisas sobre estes conteúdos a fim de criar boas formas de “didatizá-los” em prol do aprimoramento das habilidades de leitura e de produção textual.