Desenvolvimento de metodologia analítica para caracterização de extratos de Erythrina verna Vell.

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Rambo, Douglas Fernando
Orientador(a): Henriques, Amelia Teresinha
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/201141
Resumo: A utilização de matérias-primas para a produção de medicamentos exige criteriosa inspeção para que seja classificada como apta ao processo industrial. Nesse sentido, se faz necessário o estabelecimento de técnicas e critérios a serem inseridos em compêndios oficiais, como no Brasil, a Farmacopeia Brasileira (FB). Com o lançamento da Política de Nacional de Plantas Medicinais e Fitoterápicos, no ano de 2006, o mercado nacional de produtos naturais recebeu um forte impulso para o desenvolvimento do setor fitoterápico. Dentre as plantas com possível exploração pela indústria de fitoterápicos, destacamos a leguminosa Erytrina verna Vell., popularmente conhecida como mulungu, que é uma espécie arbórea, nativa do sudeste do Brasil, medindo cerca de 15 metros e apresentando flores vermelho-vivo em cacho. Inúmeros estudos creditam aos alcaloides contidos na espécie as suas propriedades ansiolíticas, anticonvulsivante, analgésica, entre outras. Neste contexto, o objetivo do presente estudo foi definir os parâmetros para o controle de qualidade das cascas de Erythrina verna, droga vegetal inscrita na primeira edição da FB. Assim, foram determinados os parâmetros de identificação por Cromatografia em Camada Delgada e os parâmetos físico-químicos farmacopeicos como material estranho, cinzas totais e perda por dessecação. Desenvolveu-se um método por Cromatografia a Líquido de Alta Eficiência (CLAE) acoplada a detector de arranjo de diodos (CLAEDAD) para a quantificação dos alcaloides de E. verna, com a adição de bromidrato de galantamina como padrão interno. O método cromatográfico proposto foi validado conforme parâmetros preconizados pela RDC 166/17, e demonstrou ser linear, sensível, específico, preciso, exato e robusto para análise quantitativa dos extratos alcaloídicos das cascas de Erythrina verna Vell.. A fim de maximizar o rendimento do teor total de alcaloides das cascas de Erythrina verna, empregou-se a técnica de delineamento experimental de Box-Behnken Design (BBD). Para isto, o modelo verificou a influência da relação planta: solvente (X1), tempo de extração (X2) e granulometria (X3) no rendimento do extrato alcaloídico das cascas de E. verna. Os resultados demonstraram a influência dos fatores estudados, sendo que a condição ótima para a extração de alcaloides de E. verna encontra-se na razão droga:solvente 1:60 (m/v), tempo de 5,47 horas com faixa granulométrica de 710-1000 µm, proporcionando um rendimento estimado pelo modelo matemático de 0,625 g%. Do extrato alcaloídico obtido, foram isolados 5 compostos por CLAE, que foram analisados através de Cromatografia Gasosa acoplada a Espectrometria de Massas (CG-EM) e Espectrometria de Massas de Alta Resolução – Ionização de Eletrospray (EMAR-IES). Assim, foi possível identificar um alcaloide pertencente à subclasse dienoide, 11-hidroxi-eritravina, e quatro alcaloides alcenoides: 11-hidroxi-eritratidinona, 3-demetoxi-eritratidinona, eritratidinona e dihidroerisotrina. Ainda, a metodologia de CLAE desenvolvida neste trabalho permitiu distinguir as quatro espécies de cascas de Erythrina (E. verna, E. velutina, E. poeppigiana e E. falcata) utilizadas sob a mesma denominação comum e diferentes partes de E. verna (cascas, flores e folhas). Tendo em vista os efeitos dos alcaloides eritrínicos sobre o sistema nervoso central, a fração de alcaloides totais otimizada de E. verna foi avaliada quanto a seus efeitos inibitórios frente a enzima Monoamina Oxidase (MAO), utilizando modelo de zebrafish. E. verna apresentou uma concentração inibitória de 50% (CI50) de 0,8538 ± 0,1806 mg/mL. Considerando que não existem dados farmacopeicos disponíveis sobre cascas de E. verna, esses resultados podem ser úteis para o controle de qualidade e para produzir derivados padronizados.