variabilidade da fragilidade ambiental frente à intensificação agrícola no Alto e Médio Rio Canoas - SC

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Lemos, Andrea Cristina Conceição
Orientador(a): Saldanha, Dejanira Luderitz
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/189838
Resumo: Visto como a soma das ações do homem ao longo do tempo no espaço, o espaço geográfico registra todas as interações homem x natureza e as transformações do ambiente oriundas dessas interações. A aceleração da interferência antrópica no ambiente vem alterando o equilíbrio dinâmico de acordo com as características intrínsecas do mesmo (relevo, solos, cobertura vegetal e clima), ou seja, a fragilidade ambiental. Neste contexto, estudos voltados para análise integrada da paisagem, com destaque para fragilidade ambiental, são importantes para o monitoramento temporal de suas transformações. O objetivo deste trabalho foi analisar a variabilidade da fragilidade ambiental frente à intensificação agrícola nos últimos trinta anos, considerando variáveis como geomorfologia, geologia, pluviosidade e tipos de solos. As unidades representativas para o estudo foram as porções a montante (8.927km²) da Bacia Hidrográfica do Rio Canoas (22.808km²), uma das mais importantes do Estado se Santa Catarina, devido à grande diversidade geológica e importância ambiental, por ser nascente de um dos afluentes do Rio Uruguai, na porção sudeste da Bacia do Paraná e área de recarga do Aquífero Guarani. O resultado final do trabalho consiste em duas cartas de fragilidade ambiental da bacia hidrográfica em estudo, que foram produzidas a partir dos estudos e mapeamentos básicos de geologia, geomorfologia, regime pluviométrico, solos e uso do solo. A unidade de estudo localiza-se no sudeste da morfoestrutura da Bacia Sedimentar do Paraná apresentando rochas sedimentares e magmáticas. Na porção centro-norte as rochas aflorantes são do período Paleozóico e no centro-oeste e leste afloram rochas sedimentares e magmáticas do Mesozóico como a Formação Botucatu e Serra Geral. As altitudes variam entre 650m a 1827m. Com relação as declividades, a área apresenta declividades predominantes de 8 a 20% e nos padrões de relevo em forma de escarpa e interflúvios estreitos as declividades estão de 20 a 70%. Os solos predominantes na unidade de análise são os Cambissolos e Neossolos litólicos e há pequenas porções de Latossolos e Nitossolos. Com base nas classificações de uso e ocupação do solo dos anos de 1987 a 2016, foi identificado um aumento das áreas de agricultura e silvicultura, principalmente no Oeste. Também foi possível identificar uma fragmentação da mata nativa inserindo-se em área de campo e entre as áreas de silvicultura. Apesar do aumento dos usos voltados para agricultura e silvicultura, a região ainda se caracteriza como preservada e predominante rural, apresentando moderados graus de fragilidade ambiental. As cartas de fragilidade possibilitaram confirmar averiguações de campo identificando cinco graus, Muito Fraco, Fraco, Médio, Forte, e Muito Forte. Como variável índice para o objetivo deste estudo utilizou-se a geomorfologia por compreender que este é um importante dado para aptidão agrícola, seguido pelo uso e ocupação do solo, solos, geologia e pluviosidade. Sendo assim, as áreas de escarpas, com declividades acima de 20% foram classificadas com alto grau de fragilidade ambiental, pois além das altas declividades constituem-se de afloramentos rochosos e Neossolos litólicos. Destaca-se como área de menor fragilidade o extremo oeste da área de estudo, área onde há uma intensa atividade agrícola com culturas de grãos, no entanto, os condicionantes fisiográficos pesam como grau 1 (Muito Fraco) de fragilidade, apresentando interflúvios amplos (0 – 3% declividade), Latossolos, e substrato composto por rochas efusivas básicas e regime pluviométrico bem distribuído ao longo do ano. Este estudo avançou sobre o conhecimento relativo à geomorfologia em detalhe da Bacia Hidrográfica do Rio Canoas e na compreensão da dinâmica de ocupação do espaço nesta região o que é importante para prever aspectos do seu comportamento. Esse conhecimento dentro do contexto ambiental permite visualizar um conjunto de fatos integrantes da paisagem e possibilita avaliar interferências e inter-relações das variáveis que caracterizam o quadro ambiental, servindo de base para investigações posteriores para a gestão e preservação do território.