A estética do faz-de-conta : práticas teatrais na educação infantil

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2000
Autor(a) principal: Santos, Vera Lucia Bertoni dos
Orientador(a): Pillar, Analice Dutra
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/200608
Resumo: Este trabalho busca compreender a construção do conhecimento teatral na infância, considerando, por um lado, a evolução da atividade simbólica de caráter espontâneo da criança e, por outro, os modelos tradicionais de ensino do teatro adotados na educação infantil institucional, como aspectos opostos a concorrerem para esse processo. A perspectiva que esta pesquisa adota identifica-se com as abordagens contemporâneas do ensino do teatro, concebido como um sistema de conhecimento, e í~laciona a s;.~a prática à postura construtivista. Na medida em que o enfoque teórico predominante nas análises realizadas é a epistemologia genética, apresenta-se, além dos aspectos gerais dessa teoria, um estudo detalhado enfocando as relações entre a atividade lúdica e a construção do conhecimento, bem como as implicações pedagógicas da contribuição de Piaget, relacionadas ao problema central que motivou o trabalho de campo. Realizou-se uma pesquisa qualitativa, do tipo etnográfico, optando-se pela modalidade de estudo de caso, sendo o local escolhido para a coleta dos dados uma Instituição de educação infantil localizada na cidade de Porto Alegre. Os dados foram obtidos através de entrevistas com crianças (entre 3 e 6 anos de idade) e as suas respectivas professoras, mediante a intervenção direta da pesquisadora. A análise dos dados revelou aspectos do processo de desenvolvimento do pensamento das crianças investigadas e permitiu conhecer a natureza dos obstáculos que a ação pedagógica significa à prática dos jogos simbólicos coletivos, que, conforme Piaget, tenderiam a evoluir para a elaboração teatral. Conclui-se que o teatro, da maneira em que é praticado na escola investigada, subordina-se a objetivos utilitários e disciplinadores (no sentido coercitivo) e vincula-se a concepções de ensino que não condizem com os ideais de educação contemporâneos. Esses aspectos indicam a falta de conhecimento a respeito das relações de continuidade entre o jogo simbólico e a representação cognitiva, entendida neste trabalho como um problema que atinge a educação infantil como um todo, comprometendo seriamente a base de um projeto pedagógico que se pretenda envolvido na construção de sujeitos autônomos.