Decifra-me ou te devoro : a ética profissional no trabalho de assistentes sociais em tempos de precarização

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Fagundes, Anderson da Silva
Orientador(a): Reidel, Tatiana
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Palavras-chave em Espanhol:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/277622
Resumo: O presente estudo sistematiza os resultados obtidos em pesquisa realizada no âmbito do mestrado acadêmico em Política Social e Serviço Social. Teve como objetivo geral analisar as expressões da ética profissional no trabalho de assistentes sociais com a finalidade de refletir sobre desafios e perspectivas para sua efetivação em consonância com o Projeto Ético-Político profissional. Deste modo, trata-se de uma pesquisa de campo e bibliográfica, caracterizada enquanto estudo exploratório descritivo combinado e orientado pela perspectiva do método materialista histórico dialético. Utilizou-se de questionário online para coleta das informações e posterior Análise de Conteúdo, frequência dos dados e estatística simples dos resultados, que conformam seu enfoque misto. O estudo contou com a participação de 168 assistentes sociais trabalhadoras/es de distintos municípios do estado do Rio Grande do Sul. O perfil é composto majoritariamente por mulheres, solteiras, autodeclaradas brancas, se identificam com a religião católica, cuidadoras, com idade entre 36 e 50 anos, graduadas entre 2011 e 2021, na modalidade presencial e com alguma pós graduação lato-sensu. Ademais, aborda-se as questões relativas às condições e relações de trabalho e se constata que a maioria das/os participantes estão inseridas/os no setor público, por meio de concurso, nas áreas de Assistência Social, Saúde e Educação, exercendo uma carga horária semanal entre 31 e 44 horas, cuja faixa salarial mais significativa foi a de 4 a 10 salários-mínimos. Também se evidencia as precarizações e dificuldades vivenciadas no cotidiano do trabalho, especialmente em tempos de pandemia, onde a maioria das participantes permaneceram em trabalho presencial, com condições éticas e técnicas reduzidas diante da complexificação dos desafios éticos impulsionados pelo contexto sanitário. Ao sistematizar as dificuldades e desafios para efetivação da ética no trabalho de assistentes sociais, infere-se que, por um lado, para a permanente produção de desgastes físicos e mentais, desencadeando processos de sofrimento no/do trabalho, gerando sentimentos de incompetência, insegurança e medo; e por outro lado, também faz com que se busquem alternativas para superação dos desafios, por meio de estratégias de resistências, sejam elas individuais e/ou coletivas. Em relação às estratégias utilizadas para o enfrentamento dos desafios éticos vivenciados no cotidiano profissional, foi possível constatar que 59,5% das/os participantes indicaram que são estratégias tanto individuais, quanto coletivas. Ao passo que 28% apenas coletivas, 7,1% apenas individuais e 5,4% nenhuma das alternativas. Assim, entende se que para a construção de possibilidades reais de análise, resistências e superação de desafios no cotidiano do trabalho, há de se fortalecer os valores ético-políticos hegemonicamente defendidos pela categoria profissional por meio da participação em espaços coletivos, tanto da categoria profissional quanto dela articulada aos demais movimentos da classe trabalhadora.