Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2014 |
Autor(a) principal: |
Pereira, Thiago Ingrassia |
Orientador(a): |
Zitkoski, Jaime José |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Palavras-chave em Inglês: |
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Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/10183/98599
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Resumo: |
O tema central desta pesquisa é a democratização do acesso ao ensino superior. Pensar a universidade pública brasileira e seu acesso às classes populares é uma tarefa que me implica como pesquisador e sujeito político. Articulando as dimensões ontológicas, epistemológicas e metodológicas, situo minha atividade de pesquisa a partir do campo da Educação Popular. Nesse sentido, tomo a recente experiência de conquista e instalação da Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS), em especial, do Campus Erechim, Rio Grande do Sul, como um “inédito-viável” e procuro discutir os desdobramentos da presença das classes populares na nova universidade, tendo em vista o projeto “popular” que acompanha a gênese da universidade que emerge no cenário educacional brasileiro. Considero que uma nova universidade não nasce no vazio, por isso, situo os primeiros passos da instituição presente nos três estados da região sul do país a partir do contexto do ensino superior em nível nacional e regional, dos propósitos do Plano de Reestruturação e Expansão das Universidades Federais (REUNI), política pública constituída em 2007, e do papel exercido pelo Movimento Pró-Universidade, que é um coletivo de movimentos sociais com atuação na Mesorregião da Grande Fronteira do MERCOSUL. Contudo, nesta pesquisa não procuro realizar uma avaliação da política governamental de expansão da universidade pública e nem historicizar o processo que culminou com a criação da UFFS, mas meu principal objetivo é interpretar a presença da UFFS/Erechim na região do Alto Uruguai gaúcho a partir da compreensão daqueles que historicamente estavam “fora” da universidade: os estudantes do interior do país, de estratos da classe trabalhadora e frequentadores da escola pública. Entendo que mesmo os estudantes que ingressaram na universidade nos seus primeiros três anos (2010-2012) estão, do ponto de vista material e simbólico, “fora” do padrão tradicional do universitário de instituição pública federal. Considero que a relevante presença de estudantes oriundos da escola pública e a instalação de Campus universitário em cidades médias e pequenas do sul do Brasil, nos oferta um interessante cenário que precisa ser sustentado politicamente e entendido cientificamente. Pela minha condição de parte do processo, estranho esse familiar chamado UFFS/Erechim e procuro ouvir as vozes e os silêncios das pessoas que compartilham da possibilidade de realização do projeto popular de universidade. Para essa escuta sensível das classes populares dos municípios que integram a 15ª Coordenadoria Regional de Educação (CRE), adotei três ações: 1) fui até uma amostra de escolas públicas e dialoguei com os estudantes concluintes do ensino médio em 2013; 2) realizei uma pesquisa exploratória acerca do perfil dos calouros da UFFS/Erechim em 2012; 3) examinei dez memoriais formativos de estudantes de origem popular e bolsistas do PET/Conexões de Saberes, que ingressaram na universidade federal em seus dois primeiros processos seletivos. Dessa forma, este trabalho de pesquisa-ação sinalizou para as contradições presentes na relação das classes populares da região com a nova universidade pública. Se por um lado a universidade é gratuita e mais perto do local da moradia, por outro lado as necessidades imediatas de sustento material combinada com a baixa autoestima não tornam, de fato, o acesso ao ensino superior uma tarefa simples. |