Conversando a gente se entende? : sugestões para uma proposta escolar de formação da competência ético-discursiva : um estudo de caso

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2003
Autor(a) principal: Zaslavsky, Alexandre
Orientador(a): Martini, Rosa Maria Filippozzi
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/200657
Resumo: O presente estudo refere-se a uma investigação qualitativa voltada à formação da competência ético-discursiva. O referencial teórico é a Teoria da Ação Comunicativa, de Jürgen Habermas, e sua Ética do Discurso. A pesquisa foi desenvolvida de forma participante, visando as condições para a prática discursiva, ou seja, para a assunção de papéis dialógicos. Uma importante dificuldade foi a resistência, apresentada por grande parte dos alunos, em participar destas práticas. Para lidar com esta resistência, foi adotada, ao modo de uma pragmática empírica, a reconstrução racional das condições contextuais para o discurso prático. As interações crítico-terapêuticas, orientadas à simetria, foram utilizadas como procedimento geral das aulas. O problema principal foi a compreensão do sentido da totalidade das interações em relação à formação da competência ético-discursiva. Os sujeitos da investigação pertencem a uma turma de III ciclo do Ensino Fundamental de uma escola da rede municipal de educação, de Porto Alegre, tendo, em média, 14 anos de idade. A pesquisa foi realizada em minhas próprias aulas na referida escola, onde atuo como professor de Filosofia. Os dados foram coletados através de registros em um diário de campo e de trabalhos produzidos pelos alunos.O movimento progressivo entre aulas e planejamentos pôde ser descrito como uma espiral reconstrutiva. As reconstruções possibilitaram uma interpretação da referência contextual normativa das interações educativas. Esta interpretação apontou para um sentido instrumental, constituído por uma pré-compreensão de um professor enérgico, de um aluno passivo e de uma interação, muitas vezes, obscurecedora da referência ao mundo subjetivo. A teoria habermasiana da colonização do mundo da vida pode, em parte, subsidiar uma compreensão desta restrição às interações comunicativas na educação. Considerou-se que, além da colonização, a vulnerabilidade humana, própria das interações comunicativas, intensifica-se em conseqüência da exclusão social. A investigação enfatiza a colonização do mundo da vida, o agravamento da vulnerabilidade humana e a utilização do método reconstrutivo, que possibilita tematizá-las, como contribuições ao campo de estudos da formação da competência ético-discursiva.