Influência do estrogênio nas disfunções temporomandibulares em ratas ovariectomizadas

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Kroeff, Giovana Paola Heck
Orientador(a): Torres, Iraci Lucena da Silva
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/271497
Resumo: Introdução: Mulheres sofrem mais com dores crônicas do que homens, sendo a percepção, tolerância e limiares diferentes entre os sexos. As causas desse dimorfismo sexual podem estar relacionadas às variações hormonais do estrogênio, que ainda tem um papel controverso na modulação da dor. Objetivo: Avaliar a relação entre o modelo de dor inflamatória orofacial com os níveis de estrogênio resultante da ovariectomia e os efeitos da reposição de estrogênio em ratas ovariectomizadas. Material e Métodos: 80 ratas Wistar adultas foram inicialmente divididas em 2 grupos: (1) Sham Ovariectomia; (2) Ovariectomia (OVX). Sete dias após a cirurgia para retirada dos ovários, as ratas foram submetidas a uma infiltração unilateral de Adjuvante Completo de Freund (CFA) ou salina na Articulação Temporomandibular (ATM) direita, sendo divididas em ratas sham ovariectomizadas ou ovariectomizadas com infiltrações de salina ou CFA na ATM. O tratamento consistiu na reposição hormonal (21 dias) de 17β-estradiol (28 μg/kg/dia) por via oral ou placebo. A alodinia mecânica na região da ATM foi avaliada pelo teste de von Frey (VF) eletrônico nos tempos basal, 14º, 17º, 21º e 30º dia após a OVX. Os animais foram avaliados quanto a hiperalgesia térmica pelo teste da Placa Quente (HP) no 30º dia após a OVX, e quanto ao comportamento do tipo-depressivo pelo teste do Nado Forçado (FST) no 31º dia após a OVX. Após a eutanásia, análises neuroquímicas do marcador pró-inflamatório (TNF-ɑ) e do fator de crescimento (BDNF) foram realizadas pelo teste de ELISA em amostras do tronco encefálico e hipocampo. Além disso, os níveis de estrogênio foram avaliados por ensaio imuno quimioluminescente em amostras de soro. Os dados foram analisados utilizando o modelo de Equação de Estimativa Generalizada (GEE) com correção de Bonferroni para avaliar simultaneamente os parâmetros ao longo do tempo, e pelo teste de Kruskal-Wallis com post hoc de Dunn e testes de Qui-quadrado, considerando P<0,05 como significativo. Este projeto foi aprovado pela CEUA - HCPA (nº 2021-0632). Resultados: Animais que receberam infiltrações intra-articulares de CFA apresentaram maior resposta nociceptiva no teste de VF nos dias 14, 17 e 21 (p<0.05). Não houve diferença significativa entre os grupos na latência do teste HP (p=0,735), nem na latência para imobilidade e tempo total de nado do teste FST (p=0.800; p=0.998, respectivamente). Não houve diferença significativa entre os grupos nos níveis de BDNF no hipocampo (p=0,232) e no tronco encefálico (p=0,054), nem nos níveis de TNF-ɑ no hipocampo (p=0,081). No entanto os níveis de TNF-ɑ no tronco encefálico apresentaram diferença significativa entre os grupos (p=0,043;). Conclusão: O modelo animal utilizado foi efetivo em induzir dor orofacial, sendo uma opção pré-clínica na busca de novas intervenções terapêuticas. A reposição hormonal foi efetiva no restabelecimento de níveis séricos de estrogênio, porém, contrariando a hipótese inicial, nas condições experimentais utilizadas, a falta do estrogênio não alterou o limiar nociceptivo de ratas ovariectomizadas.