Alfabetização na perspectiva de gênero em São Francisco de Paula/RS : uma análise dos censos demográficos brasileiros (1920-2010)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2016
Autor(a) principal: Klein, Ana Quézia Roldão da Silva
Orientador(a): Ferraro, Alceu Ravanello
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/148298
Resumo: Esta pesquisa teve como tema a construção da história da alfabetização na perspectiva de gênero, no município de São Francisco de Paula/RS. Trata-se de um estudo histórico da educação sob o ponto de vista da relação de igualdade/desigualdade de gênero quanto à alfabetização. O primeiro capítulo trata do projeto de universalização da instrução pública de Condorcet, com ênfase na defesa da escolarização pública, laica, universal e da instrução feminina. O segundo capítulo trata da luta histórica pela igualdade de gênero quanto à alfabetização. Já o terceiro capítulo procede à análise das taxas de alfabetização no município de São Francisco de Paula/RS em um percurso histórico que compreende os censos demográficos brasileiros de 1920 até 2010. Esta análise da trajetória da alfabetização também contou com um estudo dos dados de alfabetização e analfabetismo para o Rio Grande do Sul e para o Brasil a partir de uma série de censos: 1920, 1950, 1980 e 2010, considerando como ponto de partida as taxas de analfabetismo do primeiro recenseamento brasileiro de 1872. A pesquisa revelou, com base no censo de 2010, que as atuais taxas de analfabetismo, tanto para o município da pesquisa, como para o Estado e para o Brasil, são muito inferiores àquelas verificadas no primeiro recenseamento brasileiro de 1872, assim como no recenseamento de 1920. As taxas de alfabetização entre os sexos, a partir do censo demográfico de 1920 até o de 1950, apresentam relativa superioridade masculina, superioridade que, a partir do censo de 1950, vai perdendo força e até invertendo-se. Com efeito, a análise das taxas de alfabetização dos censos de 1950, 1980 e 2010 por grupos de idade, tanto para o Brasil, como para o Estado do Rio Grande do Sul, revelou que as mulheres das gerações mais jovens, são proporcionalmente mais alfabetizadas do que os homens destas mesmas gerações, ao contrário do que ainda se tem nas gerações de mais idade. As taxas gerais de alfabetização, isto é, da população total de 10 ou 15 anos ou mais, nestes mesmos censos, no município da pesquisa, indicam um crescimento das taxas de alfabetização relativamente maior entre as mulheres do que entre os homens, porém mantendo-se ainda superioridade em favor do sexo masculino, mas com quase eliminação da desigualdade no censo de 2010. Conclui-se que, mesmo que as taxas de analfabetismo tenham diminuído consideravelmente, permanece o desafio da alfabetização para todos, para mulheres e homens brasileiros, para a superação completa do analfabetismo ainda existente. Esta pesquisa ressaltou também a estreita relação entre alfabetização e escolarização, destacando os efeitos que esta tem sobre aquela, como sustentado por Cook-Gumperz (1991).