Mulheres assentadas e trabalho : estudo de caso na agroindústria Mãos na massa, no Assentamento Sino em Nova Santa Rita, RS

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Nascimento, Daniel do
Orientador(a): Cruz, Fabiana Thomé da
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/242100
Resumo: Os trabalhos realizados por mulheres do meio rural historicamente foram tratados como trabalhos ligados ao espaço reprodutivo, doméstico e de cuidado, mantendo-se na subalternidade e configurando-se como ajuda, trabalho voluntário e sem direito a renda. Dentre as alternativas para conferir visibilidade e renda às mulheres rurais e, de modo especial, às assentadas da reforma agrária, cabe destacar o processo de agroindustrialização nos espaços de assentamentos de reforma agrária, que se circunscreve como espaço de trabalho para as mulheres assentadas, a fim de envolvê-las no processo produtivo e conferir-lhes renda. A criação de espaço de participação das mulheres foi defendida pelo conjunto do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), que procurou auxiliar e fortalecer grupos de mulheres nos assentamentos com o intuito de organizar a produção e gerar renda. Para analisar esse contexto, a presente pesquisa toma como estudo de caso a agroindústria Mãos na Massa, localizada no Assentamento Sino, em Nova Santa Rita, região metropolitana de Porto Alegre, Rio Grande do Sul. A pesquisa, realizada por meio de entrevistas realizadas com todas as mulheres integrantes da agroindústria e por meio de visitas à unidade de produção, evidencia o contexto de uma agroindústria formada apenas por mulheres que atuam em todas as etapas produtivas. Os dados da pesquisa apontam para a construção de nova racionalidade em relação ao trabalho da mulher no campo, o que se evidencia por meio do trabalho coletivo, de espaço de socialização entre mulheres, que proporciona novas relações sociais e, ainda, de mudanças em relação à unidade familiar, especialmente por meio do reconhecimento, valorização financeira das mulheres e revisão da divisão sexual do trabalho doméstico. Entretanto, os dados da pesquisa evidenciam que, embora tenha havido importantes mudanças em relação à divisão sexual do trabalho e, de modo mais amplo, no que se refere às relações de gênero, muitas dinâmicas patriarcais e desigualdades de gênero se mantêm presentes no ambiente familiar e do assentamento.